Reuters
04/10/2001 - 17h28

Festivais de cinema no Oriente Médio não temem violência

da Reuters, em Beirute (Líbano)

Apesar das ondas de choque que ainda estão sendo irradiadas pelo mundo depois dos ataques aos EUA no mês passado, dois dos mais conhecidos festivais de cinema do Oriente Médio acontecem este mês, conforme o previsto.

O quarto Festival de Cinema de Beirute começou ontem e vai até a próxima quarta-feira (10), apesar dos temores suscitados pela situação na região meridional do vale do Bekaa, na fronteira libanesa com Israel.

Logo em seguida o Festival Internacional de Cinema do Cairo, na capital do Egito, vai comemorar seu 25º aniversário entre 9 e 20 de outubro, encarando de frente a crescente hostilidade contra americanos manifestada por grupos radicais egípcios.

Os dois festivais são conhecidos pela hospitalidade com que sempre receberam cineastas e outras figuras da indústria cinematográfica americana.

Neste ano, porém, "muitos convidados cancelaram sua vinda desde que a situação se tornou explosiva", admite a diretora do festival de Beirute, Colette Naufal. "Não haverá americanos presentes, e quase nenhum europeu."

Mas os poucos que resolveram fazer a viagem estão decididos. "Vamos a Beirute com certeza para abrir o festival com 'No Man's Land'(Terra de Ninguém)", disse à revista "Variety" o produtor francês Cédomir Kolar, que vive em Paris.

O diretor bósnio Danis Tanovic, que ganhou o prêmio especial do júri de Cannes pelo mesmo filme, acha que sua história, ambientada entre facções rivais durante a guerra da Bósnia, tem relevância especial para o Líbano e sua população.

O festival será encerrado com "Secret Ballot" (Cédula Secreta), do iraniano Babak Payami, que ganhou o prêmio especial do júri em Veneza. O produtor do filme, o italiano Marco Muller, vai presidir o júri, que vai julgar oito filmes árabes e do Oriente Médio.

Essa nova seleção é motivo de orgulho para os organizadores do festival, que esperam transformar Beirute no "festival da região".

Já o júri do festival do Cairo será novamente presidido pelo ator egípcio Hussein Fahmi, que, em nome do festival, recentemente assinou acordos de "fraternidade" com o Festival Internacional de Cinema de Damasco (Síria), o festival de Cartago (Tunísia) e o Festival de Cinema Árabe de Bahrein, visando trocar experiências e fortalecer os laços internacionais.

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