Reuters
05/10/2001 - 16h32

OMS diz que não há motivos par temer epidemia no Paquistão

a Reuters, em Londres

A OMS (Organização Mundial de Saúde) disse hoje não há motivo para temer uma epidemia de vírus semelhante ao ebola na fronteira entre Paquistão e Afeganistão.

A agência confirmou quatro casos de febre hemorrágica Criméia-Congo em um hospital de Quetta, na província paquistanesa do Baluchistão no norte do país, mas informou que não há sinais de epidemia. "Nada sugere que a situação vai piorar", disse Ian Simpson, do Centro de Doenças Transmissíveis da OMS, em Genebra.

Simpson afirmou que a ocorrência da doença pode acabar com a chegada do inverno, estação em que os carrapatos que transmitem a doença seriam eliminados pelo frio.

As notícias veiculadas esta semana informaram o registro de 75 novos casos da febre. Para Simpson, este pode ser o total de casos na região durante todo o ano.

Entretanto, Taj Mohammed, responsável clínico pelo Hospital Fatima Jinnah Chest, em Quetta, disse ontem que foram registrados 60 casos desde junho. Até agora, já morreram oito pessoas. "É bastante incomum, nunca vimos nada semelhante e há risco real de epidemia entre os refugiados afegãos", disse Mohammed.

Os sintomas da febre hemorrágica da Criméia-Congo são: variação do humor, sangramento no nariz, gengiva, intestino. Geralmente, a doença é acompanhada por hepatite e insuficiência pulmonar.

A OMS informou que todos os pacientes no hospital de Quetta eram do Paquistão, ficaram doentes na semana anterior e os casos não estavam associados.

A febre hemorrágica da Criméia-Congo é endêmica em algumas regiões do Paquistão, Afeganistão, Irã, Arábia Saudita, alguns locais no sul da Europa e grande parte do norte da África. ``Normalmente, são casos esporádicos individuais'', disse Simpson.

Ela é transmitida de animais para humanos e de humanos para humanos. Nem sempre as picadas de carrapato provocam infecção e os fluídos corporais dos pacientes também são infecciosos.

Os sintomas da febre hemorrágica são semelhantes à infecção pelo vírus ebola, mas há diferenças importantes. ``Ela não se espalha com tanta rapidez e há uma taxa de recuperação significativamente maior'', disse Simpson.

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