Reuters
09/10/2001 - 00h25

Itália investiga falta de radar em acidente que matou 118

da Reuters, em Milão

Investigadores e magistrados tentavam hoje descobrir a causa e a responsabilidade legal pelo acidente no aeroporto de Linate, em Milão, que matou 118 pessoas - a pior tragédia aérea da Itália.

Na segunda-feira, um MD-7 da companhia SAS chocou-se com um avião de pequeno porte em meio à forte neblina. A aeronave da SAS acabou colidindo contra um hangar no aeroporto de Linate, matando todas as 110 pessoas a bordo do MD-7 e quatro funcionários. Todos os quatro ocupantes do Cessna Citation II também morreram.

Autoridades descartaram a possibilidade de terrorismo e afirmam ser quase certa a culpa do Cessna no acidente, agravado pela forte neblina, no segundo maior aeroporto da Itália.

Porém fontes disseram que um sistema de radar em terra foi instalado, mas não chegou a funcionar totalmente por causa de problemas burocráticos.

``Quaisquer responsabilidades penais eventuais serão determinadas pela magistratura, mas se houver algum responsável ele terá de pagar'', disse o ministro do Interior, Claudio Scajola.

Sistemas de radares em terra não são obrigatórios, mas facilitam o controle dos aviões, especialmente quando a visibilidade é reduzida.

``Se houvesse um sistema de radar funcionando em Linate, este acidente não teria ocorrido'', disse Paolo Bontempi, do sindicato dos pilotos, à televisão italiana.

Girogio Fossa, presidente da SEA, empresa que administra os aeroportos de Milão, disse que o Cessna cruzou a pista enquanto a aeronave da SAS decolava.

O vôo levava 56 italianos e 48 estrangeiros, além de seis tripulantes.

O Cessna ``não estava onde deveria estar quando foi atingido'', disse o porta-voz do ministério do Interior, Roberto Arditti.

O maior acidente na Itália havia ocorrido em 1972, quando 115 pessoas morreram na Sicília.

O aeroporto de Milão deverá ser reaberto na terça-feira.
 

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