Itália investiga falta de radar em acidente que matou 118
da Reuters, em MilãoInvestigadores e magistrados tentavam hoje descobrir a causa e a responsabilidade legal pelo acidente no aeroporto de Linate, em Milão, que matou 118 pessoas - a pior tragédia aérea da Itália.
Na segunda-feira, um MD-7 da companhia SAS chocou-se com um avião de pequeno porte em meio à forte neblina. A aeronave da SAS acabou colidindo contra um hangar no aeroporto de Linate, matando todas as 110 pessoas a bordo do MD-7 e quatro funcionários. Todos os quatro ocupantes do Cessna Citation II também morreram.
Autoridades descartaram a possibilidade de terrorismo e afirmam ser quase certa a culpa do Cessna no acidente, agravado pela forte neblina, no segundo maior aeroporto da Itália.
Porém fontes disseram que um sistema de radar em terra foi instalado, mas não chegou a funcionar totalmente por causa de problemas burocráticos.
``Quaisquer responsabilidades penais eventuais serão determinadas pela magistratura, mas se houver algum responsável ele terá de pagar'', disse o ministro do Interior, Claudio Scajola.
Sistemas de radares em terra não são obrigatórios, mas facilitam o controle dos aviões, especialmente quando a visibilidade é reduzida.
``Se houvesse um sistema de radar funcionando em Linate, este acidente não teria ocorrido'', disse Paolo Bontempi, do sindicato dos pilotos, à televisão italiana.
Girogio Fossa, presidente da SEA, empresa que administra os aeroportos de Milão, disse que o Cessna cruzou a pista enquanto a aeronave da SAS decolava.
O vôo levava 56 italianos e 48 estrangeiros, além de seis tripulantes.
O Cessna ``não estava onde deveria estar quando foi atingido'', disse o porta-voz do ministério do Interior, Roberto Arditti.
O maior acidente na Itália havia ocorrido em 1972, quando 115 pessoas morreram na Sicília.
O aeroporto de Milão deverá ser reaberto na terça-feira.