Reuters
10/10/2001 - 17h23

Boeing prevê que setor não crescerá nos próximos 18 meses

da Reuters

A Boeing afirmou hoje que a indústria de aviação não crescerá nos próximos 18 meses ou mais, em decorrência dos ataques terroristas aos EUA e da ação militar em curso no Afeganistão.

'Depois da Guerra do Golfo, as companhias aéreas levaram de 15 a 18 meses para voltar a crescer'', afirmou Paul Dubeck, diretor internacional de vendas da Boeing. 'Desta vez, o conflito é global e a recuperação vai levar o mesmo tempo, ou mais, para acontecer''.

Muitas companhias aéreas cortaram ou estão cortando vôos e funcionários enquanto o mundo espera a sequência do conflito no Afeganistão.

A Boeing, maior fabricante mundial de aeronaves, também pretende cortar 30 mil funcionários, sendo os primeiros 10 mil dispensados neste ano e os outros 20 mil até o ano que vem. Dubeck disse que não espera novas encomendas para os próximos seis meses. Segundo ele, as companhias aéreas terão de continuar com modelos antigos de aviões, alguns com até 25 anos de fabricação.

'A necessidade de atualização da frota não desaparecerá. Portanto é possível que, no futuro, haja um salto na demanda, já que a urgência em atualizar a frota será mais crítica'', disse o executivo.

Dubeck disse que a crise não mudará os planos de produção -para o ano 2007 ou 2008- do avião Sonic Cruiser, mais veloz do que os atuais. O modelo, capaz de transportar de 100 a 300 passageiros, será de 15 a 20 vezes mais veloz do que os aviões em circulação neste momento.

O executivo disse que as companhias asiáticas, que estavam saindo da crise que afetou a região em 1997/1998, também estão sentindo as consequências da nova crise.

'Para a Ásia, o golpe foi duplicado'', afirmou o diretor da Boeing. Apesar disso, Dubeck vê um grande potencial no mercado chinês. Nesta semana, a China encomendou 30 aeronaves 737. No ano, a Boeing contabiliza até agora 40 pedidos.
 

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