Reuters
11/10/2001 - 11h13

Piloto de Tupolev 154 entrou em contato com torre de controle

da Reuters, em Moscou

O piloto do avião russo Tupolev 154 que explodiu na semana passada e caiu no mar Negro perguntou desesperadamente à tripulação onde o avião havia sido atingido, segundo afirmou hoje Vladimir Zhukov, vice-chefe de controle aéreo do norte do Cáucaso (Rússia).

A declaração de Zhukov, publicada hoje pelo jornal "Kommersant", reforça a hipótese de que um míssil tenha provocado a queda do avião, matando as 78 pessoas a bordo. Segundo ele, a tripulação ainda tentou entrar em contato com a torre enquanto o avião caía vertiginosamente, mas só fragmentos do sinal teriam chegado ao centro de controle.

"Tudo o que ouvimos foi o piloto perguntar a um tripulante: 'Onde fomos atingidos?'. Ou seja, parece que ele estava tentando conseguir informações precisas sobre o dano causado pela explosão de um míssil", afirmou Zhukov.

Técnicos russos que investigam a queda da aeronave disseram na terça-feira (9) ter encontrado pedaços de um míssil ucrâniano. Logo após a queda do Tupolev 154, um funcionário da Marinha ucraniana disse que ele havia sido abatido acidentalmente durante exercícios militares das forças da Ucrânia na região. O governo ucraniano negou a versão, mas se dispôs a aceitar as conclusões russas sobre as causas do acidente.

Segundo o jornal, o míssil não atingiu o avião diretamente, mas teria explodido perto e lançado fragmentos que provocaram sua queda. Autoridades russas, ucranianas e israelenses vasculham o mar Negro à procura de peças que esclareçam o que aconteceu. Só 15 corpos foram resgatados até o momento.

Imediatamente após o acidente, o ministro da Defesa do país, Oleksander Kuzmuk, disse que não havia a possibilidade de um míssil ter derrubado o avião. Mas o presidente da Ucrânia, Leonid Kuchma, disse hoje que o ministro apresentou sua renúncia logo após o acidente. A demissão não foi aceita pelo presidente.

No ano passado, quatro pessoas foram mortas em Brovary, na Ucrânia, quando um míssil descontrolado atingiu um prédio de apartamentos. O Ministério da Defesa só assumiu a responsabilidade quando pedaços do míssil foram achados entre os escombros.

O Tupolev pertencia à companhia Siberia Airlines e partiu de Tel Aviv (oeste de Israel) rumo a Novosibirsk (norte da Rússia).


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