Reuters
11/10/2001 - 12h06

Oposição afegã imprime dinheiro e vende pedras para se financiar

da Reuters, em Deshitiqala (Afeganistão)

A oposição ao Taleban estaria financiando sua causa por meio da venda de esmeraldas e da impressão de dinheiro.

O general Baryalai, um alto comandante da Aliança do Norte, principal frente de oposição e que enfrenta o Taleban militarmente há anos, deu declarações orgulhosas nesta semana sobre a qualidade das gemas afegãs.

"Nossas esmeraldas são as melhores do mundo", afirmou o general durante um almoço em sua base no norte do Afeganistão. "Elas são melhores até mesmo que as da Colômbia."

Segundo o general, havia dois importantes centros de produção controlados pela oposição - Safed Cher e Khench, ambos no distrito de Panjsher (norte do país).

A aliança controla o nordeste do Afeganistão e o vale de Panjsher, que corre rumo ao sul na direção de Cabul (capital do país). "No norte do Panjsher, as pessoas as carregam para serem vendidas. As esmeraldas brutas podem valer de entre US$ 1.000 ou US$ 2.000 até milhões de dólares", declarou diante de um pequeno grupo de jornalistas.

O general estimou que a venda de esmeraldas levantava cerca de US$ 40 milhões a US$ 60 milhões por ano para a campanha da oposição. Baryalai também disse que a Aliança do Norte contava com 120 mil combatentes, um número muito maior que o estimado por serviços de inteligência ocidentais.

A outra fonte de custeamento é dinheiro impresso para a região. O afegani, a moeda local, é impresso na Rússia e trocado em dólares, usados então para a compra de equipamentos militares.

"Imprimimos dinheiro", afirmou o general, ao ser questionado sobre como a aliança custeava sua campanha. Baryalai disse que a impressão era limitada, a fim de evitar surtos inflacionários.

Não que haja riscos disso ocorrer neste momento. Na cidade de Khoja Bahawuddin um dólar vale 65 mil afeganis. Há duas semanas a cotação era de 130 mil para um. A alta foi atribuída ao início da ofensiva liderada pelos norte-americanos contra o Taleban e à grande quantidade de jornalistas ocidentais presentes na região.


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