Reuters
24/10/2001 - 09h35

Blair vai reduzir forças armadas em território irlandês

da Reuters, em Belfast

O Reino Unido disse hoje que vai retirar 13.500 homens de sua força militar na Irlanda do Norte, graças ao histórico anúncio de desarmamento feito ontem pelo Exército Republicano Irlandês (IRA), que passou três décadas combatendo o domínio britânico na província.

"Precisamos agora normalizar a situação de segurança. A decisão (do IRA) nos permite iniciar o processo político", disse o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, atribuindo o desarmamento, em parte, à mobilização mundial contra o terrorismo, surgida depois dos atentados de 11 de setembro contra os EUA.

O IRA e seu braço político, o Sinn Fein, financiavam suas atividades com o apoio de irlandeses republicanos dos EUA. Depois de 11 de setembro, esse patrocínio secou. O presidente George W. Bush disse que o grupo deu "um passo histórico" e que o povo norte-irlandês está "consideravelmente mais perto da paz duradoura que merece".

O grupo já mantinha um cessar-fogo desde 1997 e agora pressiona milícias leais a também se desarmar. Estas são cada vez mais violentas, e neste mês Londres anunciou que não reconhece mais o cessar-fogo declarado pelas milícias em 1994.

Uma das principais milícias, a Associação de Defesa do Ulster, disse que não vai seguir o exemplo dos seus inimigos do IRA, pois, segundo um porta-voz do governo, há outras guerrilhas republicanas prontas para agir, principalmente a facção Real IRA.

Apesar disso, a decisão do IRA original deve dar novo fôlego à autonomia da Irlanda do Norte, criada em 1998, mas abalada por divergências que nos últimos meses levaram para a violência.

A comissão de desarmamento da província disse ontem que armas, munições e explosivos do IRA estão sendo inutilizados. Essa era a condição para que os protestantes voltassem ao governo de coalizão.

O líder protestante David Trimble elogiou o desarmamento. Mas ainda precisa vencer a resistência dos grupos mais radicais para ser reeleito primeiro-ministro da província, na semana que vem.

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