Reuters
24/10/2001 - 12h01

Free Jazz traz tendências da música eletrônica para RJ e SP

da Reuters, em São Paulo

Os shows de música eletrônica do Free Jazz Festival apresentarão as principais tendências mundiais do estilo. Os artistas fazem parte do pacote da discoteca britânica Cream, uma das mais famosas do gênero, trazendo ao Rio de Janeiro e a São Paulo o que de há mais inovador no estilo pop-house.

Na primeira noite, o DJ Yousef deverá mostrar seu house leve, de composições próprias inspiradas nos seus primeiros ídolos: Carl Cox e o grupo Prodigy. O artista tem contrato fixo com os clubes Ministry of Sound, Renaissance e Cream, e ganhou fama em 1999 ao vencer um concurso de talentos promovido pela revista alemã de música "Muzik".

Hernan Cattaneo é o representante argentino do mundo eletrônico dominado por norte-americanos e britânicos. Seu estilo musical é house com tendência progressiva, ou seja, batidas mais compassadas e repetidas com ênfase nos graves e subgraves. Seu padrinho é Paul Oakenfold, um dos DJs e produtores mais conhecidos do mundo.

Em seguida será a vez de o trance, ramo eletrônico mais popular da atualidade, dominar o palco Cream, com a performance do holandês Sander Kleinenberg, que começou a produzir música em 1993 e, desde então, vem sendo procurado para se apresentar ou para compor com outros artistas. O público brasileiro deve esperar que ele toque a música "My Lexicon", um de seus maiores sucessos.

O fechamento da noite fica por conta do DJ e produtor alemão Timo Maas. Ele toca as músicas que produz há mais de dez anos, sendo um dos DJs mais requisitados. Já fez remixagens de músicas para o grupo Placebo e para Madonna. Maas deverá coroar a noite trance-pop do Free Jazz e mostrar composições de seus dois discos lançados em mercado: "Music for the Masses" e "Connected".

No segundo dia, o público vai curtir Lottie, ou Charlotte Horne, uma das exceções no vaidoso e competitivo mundo DJ, dominado por homens. Ela produz e toca as próprias músicas, que estão nos discos "Lottie - 7 Live Series" e "Snapshots", lançados pela gravadora Duty Free Recordings. Consagrada na Inglaterra, Lottie já tocou em festivais e raves ao redor do mundo. Sua linha é de house funkeado, com toque feminino.

Depois vem Ray Roc com a dura responsabilidade de substituir Todd Terry - considerado o "rei" do house - na programação do palco Cream. Como Terry desistiu de vir ao festival após os ataques de 11 de setembro aos Estados Unidos, Roc terá a tarefa de elevar a platéia, com sua música com forte influência latina, de hip hop, blues e disco.

Logo depois toma conta das picapes o X-press 2, trio londrino de house. A novidade aqui é o equipamento: Ashley, Rocky e Diesel - integrantes do grupo - usam três mixers e três toca-discos em seus sets (apresentações). Isso dá imensas possibilidades de misturas de sons. Normalmente são usados dois toca-discos e um mixer apenas.

Oriundo da periferia de Londres, o grupo já gravou com David Byrne (Talking Heads), e a faixa "Muzikism" fez muito sucesso na Winter Music Conference, em Miami, o congresso mundial de dance music. É um show que promete detonar em diversão.

Por último, os sobreviventes de dois dias de agitação voltam a desfrutar das batidas de Scanty, um dos apelidos de Richard Marshall, conhecido DJ e produtor de big beat, ritmo com batidas quebradas, diferente do quatro por quatro tecno ou tech-house.

O Stanton Warriors traz ao Brasil sua mistura de batidas quebradas, baixos marcantes e vocais, feita pela dupla Dominic D e Marc Yardley, inovando a música negra.

Os dois se conheceram em festas e têm influências de grupos como Massive Attack e Reprazent. A dupla lançou recentemente seu primeiro disco, "Stanton Sessions", pela gravadora XL Records, e só agora começa a expandir sua criação para o mundo.

Em seguida vem o DJ e produtor britânico Jon Carter, da turma do Chemical Brothers, conhecido pela força dançante de sua música. No ano passado, Carter apresentou-se no polêmico carnaval eletrônico da Bahia, a convite da cantora Daniela Mercury. É um dos criadores do gênero big beat e já fez remixagens para U2 e Prodigy.

Esperados

A apresentação mais esperada do Palco Cream é, sem dúvida, a de Fatboy Slim, pseudônimo pop de Quentin Cook. Ele se iniciou no mundo da música nos anos 1980, passando pelo auge das raves na Grã-Bretanha. Suas apresentações, sempre enérgicas, conferem ao DJ e produtor o status de um astro do rock atrás das picapes.

O segundo mais cotado é Roni Size, que faz uma mistura de funk com drum'n'bass, soul, jazz, rap, hip hop, pop e rock. É música negra dançante e criativa. Size, que começou a produzir em 1992, já ganhou o prêmio Mercury Music (o Grammy britânico) com o disco "New Forms", que vendeu 600 mil cópias. Ele vem na companhia do DJ Krust, que também faz carreira solo e esteve no Brasil recentemente.

O Aphex Twin é o melhor exemplo da popularização da música experimental, barulhenta, perturbadora e imprevisível. Richard D.James começou a trabalhar com música nos anos 1980 e durante muito tempo foi considerado um estranho, já que suas faixas vão além do ritmo dançante e, com frequência, caem no estilo "viajante". As capas de seus discos e seus vídeos são obras de Chris Cunnigham, que apresentaria imagens no Free Jazz, mas também desistiu de vir ao Brasil após os ataques aos EUA.

Brasileiros abrem alas

A abertura de cada noite ficará por conta de um DJ brasileiro. Mau Mau, cujo nome verdadeiro é Maurício Bischain, começou a tocar em 1987. É um dos precursores da música eletrônica no Brasil. Participou do extinto clube Hell's, em São Paulo, referência da cultura clubber na cidade. Faz parte do grupo M4J, que produz música eletrônica sofisticada com sotaque brasileiro. Seu estilo varia entre o house e o tech-house.

Felipe Venâncio, consultor da parte eletrônica do festival, já se apresentou em Ibiza, lugar de referência do estilo house, e fez remixagens de músicas de Marina Lima, Claudio Zoli, Bebel Gilberto e Paula Lima. Faz parte do circuito fashion brasileiro e é muito requisitado para tocar em desfiles de moda.

O DJ Patife é a estrela crescente do drum'n'bass brasileiro e acaba de lançar um novo disco, "Groove Steps", que inclui sua música favorita, "Sambassim". O DJ e produtor faz tanto sucesso no país quanto na Inglaterra e deverá fazer o show predileto do público.

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