Enviados da ONU negociam o futuro do Afeganistão
da Reuters, em IslamabadEnviados das Nações Unidas devem chegar em breve ao Paquistão para discutir o futuro político do Afeganistão após a eventual queda do regime Taleban, segundo fontes diplomáticas.
O espanhol Francesc Vendrell, secretário-geral-assistente da ONU, deve chegar a Islamabad nesta quinta-feira. No domingo, será a vez do argelino Lakhdar Brahimi, recém-nomeado enviado especial da ONU para o Afeganistão. Ambos já tiveram a tarefa de negociar a paz naquele país e fracassaram.
Depois de passar uma semana no Paquistão, os enviados da ONU devem visitar o Irã e outros vizinhos do Afeganistão. Todos concordam que o Taliban deve ser substituído por um governo amplo e misto, mas há discordâncias sobre a composição.
O Paquistão quer que o novo governo inclua representantes moderados do Taliban, grupo que já recebeu o apoio de Islamabad. Em Peshawar, o líder religioso Ahmad Gailani disse que acertou com o ex-rei exilado Zahir Shah a formação de um governo de tecnocratas, comandado pelo monarca, enquanto uma nova Constituição islâmica é escrita.
Também seria convocada uma Loya Jirga (assembléia) para a escolha de novos líderes. Em seu discurso a exilados afegãos, Gailani não fez referência à Aliança do Norte, guerrilha apoiada pelo Ocidente.
A Aliança do Norte está às portas de Cabul e nos últimos dias conta com apoio militar norte-americano. Mas mesmo os EUA não querem entregar o governo à Aliança. O Paquistão propôs que Cabul seja mantida como cidade neutra até o surgimento de um governo definitivo.
Brahimi rejeitou a proposta, lançada pelos EUA, de que uma força de paz da ONU ocupe a cidade. Segundo ele, nenhum país iria aceitar mandar soldados ao Afeganistão.
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