Reuters
29/10/2001 - 11h04

Enviado da ONU começa a negociar futuro governo afegão

da Reuters, em Islamabad (Paquistão)

O enviado especial da ONU (Organização das Nações Unidas) para a questão do Afeganistão, Lakhdar Brahimi, começa hoje, no Paquistão, as primeiras negociações para a formação de um governo de coalizão no Afeganistão, o regime Taleban seja derrubado.

Sua agenda oficial não foi divulgada, mas fontes disseram que ele deve encontrar representantes de Estados Unidos, União Européia e Cazaquistão.

Bramini, que foi chanceler da Argélia, ainda deve visitar Irã, Turcomenistão, Uzbequistão e Tadjiquistão.

No domingo, logo após chegar ao Paquistão, Brahimi se reuniu com funcionários da ONU para discutir a crise de refugiados e as dificuldades que sofrem os afegãos que permanecem no país, após três semanas de bombardeios norte-americanos, três anos de seca e cinco de regime fundamentalista islâmico.

Brahimi já fora o negociador da ONU para o Afeganistão, mas há dois anos abandonou o cargo sem conseguir avanços. Recentemente, foi chamado de volta, defendendo a popular proposta de um governo de coalizão com as etnias pashto (majoritária, que apóia o Taleban), uzbeque e tadjique (que formam a guerrilha Aliança do Norte). Mas ainda há muitas dúvidas sobre a composição exata desse novo governo.

A possibilidade de uma coalizão ficou mais distante na semana passada, quando o Taleban capturou e matou o líder oposicionista Abdul Haq, que tentava cooptar pashtos moderados para a coalizão em torno do ex-rei Zahir Shah, deposto em 1973.

No domingo, o primeiro-ministro alemão, Gerhard Schroeder, disse em Islamabad que a ONU precisa ter um papel ativo na eventual transição afegã. Brahimi já demonstrou ceticismo com essa idéia.

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