Macy Gray faz show animado no Free Jazz em São Paulo

da Reuters

"Essa mulher é tudo", disse Rogério Flausino, vocalista do grupo Jota Quest, sobre a diva Macy Gray, responsável por um dos shows mais impecáveis e animados do Free Jazz na noite de domingo, em São Paulo.

Impecável pela música. Dançante, romântica, existencialista, envolvente pela atitude. Uma mistura de soul, R&B e hip-hop cantada com voz rouca e forte que lembra as divas da black music das décadas de 1950 e 1960.

Mais impecável ainda pelo estilo Macy Gray. Ela subiu ao palco vestindo calça jeans, camisa preta e casaco de pele cor-de-rosa (como na capa de mais novo álbum, "The Id").

Gray passou o tempo todo com um chapéu jeans que lembrava o estilo Panamá, e exibiu o novo visual -pequenos dreads- por alguns segundos quando tirou o chapéu para saudar a platéia.

Era impossível desviar os olhos de sua figura. Gray interagiu o tempo todo com o público, que lotou o Main Stage.

Ela gritou "Brazil" incontáveis vezes. "Ponham os braços para cima", "Balancem o bumbum", "Gritem". O público? Lembrava um bando de crianças imitando as ordens de um guia de acampamento.

Quando ela levantava os braços e rebolava em estilo "disco", todo mundo berrava e aplaudia.

Gray se apresentou acompanhada de três backing volcals, um baixista, dois guitarristas, dois tecladistas, um DJ e um baterista.

Todos tinham atitude de superstar. O baterista dançava como se estivesse numa discoteca, os tecladistas passaram quase todo o show virados de costas para o público e os backing vocals várias vezes roubaram a cena.

Em "Sexual Revolution" uma das cantoras simulou uma cena de sexo oral com o companheiro de voz, levando a platéia ao delírio.

Durante "Oblivion", o DJ mostrou cartazes com a letra da música para que o público cantasse junto. E quando ele se atrapalhava, ouvia-se risos dos fãs.

Perto do final do show, Gray vestiu a camisa da seleção brasileira. E disse: "Viemos lá de Los Angeles só para ver a beleza de vocês."

Ela fechou a apresentação com o hit "I Try". "Sintam o que eu estou sentindo. Sejam livres. Fechem os olhos e curtam", pediu antes de começar a música.

O público cantou várias partes da canção, e era possível ver pelo telão que ela ficou com os olhos cheios de lágrimas.

"I Try" ganhou uma inserção de reggae e o refrão "Everything is gonna be alright", de "Woman no Cry", de Bob Marley.

Além de um excelente show pop, a apresentação de Macy Gray emanou energia positiva. E a mensagem da diva foi: "Vocês são lindos quando dançam e cantam. Lembrem-se das coisas boas da vida. E quando tudo estiver ruim, sejam lindos."