Reuters
01/11/2001 - 19h38

Verba para informatização das escolas será repassada para 2002

da Reuters, em Florianópolis

O programa do governo de informatização das escolas públicas com recursos das empresas de telecomunicações atrasou tanto em decorrência de disputas judiciais que nenhum desembolso será feito este ano. Os R$ 230 milhões orçados para o projeto em 2001 serão transferidos para o próximo ano.

Segundo o presidente da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), Renato Navarro Guerreiro, não há mais tempo hábil para fazer o primeiro pagamento a fornecedores, mesmo que os contratos sejam assinados até 15 de novembro, novo cronograma com que trabalha o órgão regulador. "Este ano é improvável que aconteça algum desembolso", disse.

Primeiro, a Anatel tem que cassar a liminar que paralisou a licitação do projeto Telecomunidade Educação, como foi batizado pelo governo federal. O deputado Walter Pinheiro (PT-BA) conseguiu a liminar denunciando que a licitação foi iniciada antes da aprovação do Plano Plurianual (PPA), que destina as verbas do orçamento.

O PPA foi sancionado na segunda-feira pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, depois de uma aprovação no Congresso que envolveu longas e intensas negociações para alterar as normas do edital de licitação do Telecomunidade.

Oposição e governo chegaram a um acordo de contemplar no edital de licitação o uso de sistemas operacionais livres, como o Linux, numa tentativa de evitar favorecimento ao Windows, da Microsoft.

Nessa disputa, a Anatel alegou que atendia à demanda do Ministério da Educação. Mas Guerreiro afirmou nesta quinta-feira que a Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul já se manifestou capaz de adotar outro sistema além do Windows.

A Anatel deu entrada na terça-feira com recurso na 6ª Vara da Justiça Federal em Brasília para cassar a liminar que interrompeu a licitação. A decisão deve sair apenas na próxima semana.

Enquanto isso, a agência está repassando informação às empresas que participarão da licitação —exclusivamente as telefônicas regionais— sobre as novas normas que se adequam à decisão do Congresso.

"A licitação atrasou bastante e acreditamos que a meta de fevereiro não poderá ser cumprida", disse Guerreiro a jornalistas, após ter inaugurado a Sala do Cidadão em Santa Catarina.

A meta era de atendimento de escolas públicas com mais de 600 alunos. A Anatel vai decidir agora se adia mais uma vez a meta ou se a flexibiliza, reduzindo o número de escolas que precisam ser atendidas. A alteração da meta precisa ser oficializada por decreto.

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