Reuters
05/11/2001 - 13h27

Moção protestante pode colocar em risco paz na Irlanda do Norte

da Reuters, em Belfast (Irlanda do Norte)

Uma decisão judicial, junto com a aprovação de uma moção no Parlamento hoje, pode colocar em risco o processo de paz e o retorno do deputado protestante moderado David Trimble ao cargo de primeiro-ministro da Irlanda do Norte.

A Justiça rejeitou hoje uma ação que impedia a tentativa de Trimble de retornar à liderança do governo de coalizão local. "Eu posso confirmar que a ação legal do Partido Democrático Unionista [DUP] foi rejeitada pela Suprema Corte de Belfast [capital da Irlanda do Norte]", disse Lord Kilclooney, político do alto escalão do Partido Unionista Ulster.

David Trimble teve de adiar sua segunda tentativa de voltar ao comando do governo de coalizão da Irlanda do Norte, por conta de uma moção apresentada por radicais de seu próprio partido, que atrasou em quase 24 horas a convocação de novas eleições no país.

Quando o Parlamento regional se reuniu para escolher o novo governo, o Partido Democrático Unionista apresentou uma ``moção de preocupação'', um procedimento que bloqueia os trabalhos pelo menos até amanhã.

Trimble havia se demitido do cargo em 1º de julho, para forçar o IRA (Exército Republicano Irlandês) a se desarmar. Quando isso aconteceu, ele se dispôs a voltar, mas enfrentou a resistência de companheiros desconfiados das reais intenções da guerrilha, embora tenha conquistado o apoio nas fileiras católicas -que indicou Mark Durkan integrante de seu partido para vice.

O DUP já havia dito que iria à Justiça para evitar a escolha do governo pelo Parlamento e obrigar à convocação de novas eleições. Segundo o partido, o prazo de seis semanas para o surgimento de um novo governo venceu na noite de sábado. A convocação de novas eleições pode colocar em risco o avanço nas negociações de paz alcançado com a entrega das armas do IRA, no fim do mês passado.

Trimble disse que os argumentos do DUP são simplistas. Na última sexta-feira, ele teve 70% dos votos dos deputados, mas não conseguiu voltar à chefia de governo porque não alcançou maioria exigida no seu próprio bloco político, o dos protestantes. Segundo Trimble, uma pesquisa de opinião mostra que ele tem apoio popular para voltar ao governo.

O complicado processo de paz nessa Província britânica também voltou a ficar ameaçado no sábado (3), por causa de um atentado cometido na Inglaterra supostamente por católicos renegados.

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