Reuters
08/11/2001 - 12h54

Clarín não quer enfrentar gigantes da web no Brasil

da Reuters, em São Paulo

O grupo argentino Clarín, uma das maiores empresas de comunicação da América Latina com faturamento anual acima dos US$ 2,5 bilhões, não quer brigar de frente com gigantes do mercado brasileiro de internet, como UOL (Universo Online) e Terra .

A diretora de marketing da Cidade Internet, versão brasileira da argentina Ciudad Internet do Clarín, Andréa Leal, disse que o portal faz parte de uma estratégia do grupo em toda a América Latina, e que a empresa busca nichos de mercado no Brasil. Sobretudo o público jovem, citando como concorrente o site Vírgula, da rádio Jovem Pan. "Queremos consolidar a marca junto ao público jovem."

Dados da empresa de pesquisa Ibope eRatings mostram que cerca de 46% dos quase 240 mil visitantes únicos da Cidade Internet, em setembro, têm entre 12 e 24 anos.

A Cidade Internet iniciou operações no Brasil em junho do ano passado, após a queda acentuada da bolsa eletrônica Nasdaq e depois da chegada de grandes empresas de web no país, como America Online, Yahoo e MSN .

O lançamento foi cercado de muito alarde e a companhia tinha expectativa de conquistar 500 mil clientes em menos de um ano, o que a colocaria entre os cinco maiores portais do Brasil. Ofereceu acesso gratuito à web durante alguns meses e depois, em dezembro do ano passado, passou a cobrar pela conexão. Com a tarifa, o número de assinantes do provedor —que segundo a empresa já chegaram a ser 150 mil— despencou.

"Nosso 'core business' nunca foi a oferta de acesso", justificou Leal. Desde julho deste ano, todo o negócio de acesso, incluindo o atendimento a clientes, foi descontinuado e os assinantes repassados para o provedor DGLNet.

O diretor-técnico do DGLNet, Savério Palmieri, disse à Reuters que apenas 740 assinantes pagos da Cidade Internet foram transferidos ao provedor, sediado em Campinas. A Cidade Internet não informa o número, argumentando que se trata de uma informação confidencial.

A partir daí, a única fonte de receita da Cidade Internet passou a ser a publicidade, setor que passa por uma crise em todo o mundo. A diretora do portal, no entanto, se diz otimista, e mantém a previsão de que a Cidade Internet atingirá o equilíbrio operacional em meados de 2002. "Ninguém deu o pulo do gato ainda na publicidade on-line", afirma, referindo-se à falta de formatos on-line que atraiam o anunciante.

A empresa, que chegou a ter mais de 100 funcionários no final de 2000, emprega atualmente cerca de 45 pessoas. "Fizemos uma série de reestruturações, que também incluíram corte de pessoal, para ter mais foco em serviços e ferramentas", disse ela.

No Brasil, foram reservados US$ 140 milhões para os dois primeiros anos de operação. Leal não soube informar quanto do capital está disponível. Recentemente, o Clarín trouxe para o Brasil outro de seus projetos de internet, o portal de busca e homepages pessoais Ubbi, que é dirigido pela mesma equipe da Cidade Internet.

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