Reuters
09/11/2001 - 14h28

Roma está dividida sobre apoio à ação dos EUA no Afeganistão

da Reuters, em Roma

O centro antigo de Roma ficará dividido em dois amanhã por causa da guerra dos EUA contra o Afeganistão. De um lado, o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, que espera 100 mil pessoas na piazza do Popolo para o "USA Day", uma demonstração de apoio aos Estados Unidos em seus ataques ao Afeganistão. A menos de um quilômetro dali, outros 100 mil manifestantes antiglobalização devem fazer uma passeata pela paz e a "solidariedade aos povos oprimidos".

A polícia vai colocar 5.000 homens nas ruas, alguns em uniforme de combate, para evitar confrontos entre os dois grupos. "Certamente pode haver algum tipo de desordem", disse um policial. "Também estamos em alerta para algum tipo de atentado."

Por causa disso, os vôos sobre Roma foram proibidos e mísseis antiaéreos foram instalados nos arredores da capital, em uma repetição das medidas de segurança adotadas em Gênova durante a reunião de cúpula do G-8, em julho.

O país se sente mais visado desde quarta-feira (7), quando o Parlamento autorizou o envio de equipamentos e 2.700 soldados italianos para dar apoio à campanha norte-americana contra o Afeganistão.

A atriz Sophia Loren, o tenor Luciano Pavarotti e o prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani, devem participar da manifestação pró-EUA, com mensagens pelo telão. Outro tenor, Andrea Bocelli, se apresenta ao vivo, antes do discurso de Berlusconi.

Essa manifestação foi convocada em um momento em que o apoio popular à participação na guerra caiu para 51%, contra 70% há um mês, segundo uma pesquisa do instituto Ispo.

A oposição criticou o fato de Berlusconi usar a manifestação para fazer política. O seu partido Forza Italia fretou 50 ônibus para levar militantes. Os aliados dele na coalizão prometem atrair 30 mil simpatizantes.

O Fórum Global, que organiza a marcha pacifista, disse que não tem intenção de provocar tumultos. Esse mesmo grupo coordenou os protestos de julho contra o G-8, que resultaram na morte de um manifestante pela polícia.

Os tumultos de Gênova foram criados por uma dissidência radical dos movimentos antiglobalização, o Bloco Negro. O jornal italiano "La Repubblica" disse hoje que seus membros planejam se infiltrar no evento de Berlusconi.

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