Falha mecânica pode ter derrubado avião em Nova York
da Reuters, em Nova YorkUma falha mecânica é a causa mais provável da queda do Airbus da American Airlines ontem, no bairro de Queens, em Nova York, que causou a morte das 260 pessoas que estavam a bordo e de pelo menos duas outras em solo. Nove pessoas que estavam nas casas atingidas ainda estão desaparecidas.
A gravação dos diálogos na cabine foi recuperada e mostrou que não houve sequestro, o que já era esperado devido ao fato de que o avião se desfez antes de chegar ao chão. Porém o porta-voz da Agência Nacional de Segurança no Transporte Aéreo, George Black, disse que não foi excluída totalmente a possibilidade de sabotagem. "Por enquanto não temos evidências [de sabotagem]'', afirmou.
Equipes de resgate e investigadores avaliaram os destroços durante toda a noite de ontem. O A300-600 partiu-se em pedaços poucos minutos depois de decolar do aeroporto Kennedy, com destino à República Dominicana. A queda destruiu casas e deixou peças espalhadas por vários quarteirões, em um bairro tranquilo de classe média em Queens, onde viviam várias vítimas do atentado de 11 de setembro contra o World Trade Center.
A polícia disse que já retirou todos os corpos de passageiros e tripulantes. Os passageiros eram da República Dominicana, Estados Unidos, França, Colômbia, Taiwan e Haiti.
A principal tarefa dos investigadores agora é descobrir os registros dos dados do vôo. Também serão avaliadas as turbinas General Electric CF6, usadas em muitos aviões, inclusive no presidencial dos EUA. Os serviços de manutenção da Airbus e seus funcionários serão investigados.
Peças do avião, inclusive dois motores separados da fuselagem, foram tirados do mar perto do local da queda, o que indica que o avião começou a se desmanchar logo após a decolagem. A queda aconteceu em menos de dois minutos.
Cerca de dez casas foram queimadas ou destruídas. Roupas, malas, parafusos e outros destroços ficaram pendurados nas árvores do bairro e nos jardins das casas.
Imigrantes dominicanos fizeram uma vigília com velas na noite de segunda-feira no bairro de Washington Heights (Manhattan), para lembrar os mortos na tragédia. Cerca de 1 milhão de pessoas de origem dominicana vivem nos EUA, a maior parte delas em Nova York.
Leia mais no especial Risco no Ar
