Reuters
13/11/2001 - 18h44

Comércio eletrônico representa menos de 1% do varejo na AL

da Reuters

O varejo on-line na América Latina vai mais do que dobrar em 2001, mas ainda assim representa menos de 1% de todas as vendas ao consumidor na região, de acordo com estudo divulgado nesta terça-feira.

A análise, feita pelo The Boston Consulting Group e Visa International, aponta um crescimento de 137% no varejo pela internet em 2001 na comparação com o ano passado, o que significa US$ 1,28 bilhão até o final de dezembro. Para 2002, a expectativa é bater a marca dos US$ 2 bilhões.

O Brasil continua sendo, disparado, o maior mercado de comércio eletrônico na América Latina, movimentando US$ 906 milhões ou 71% do total. Se não fosse a desvalorização do real frente ao dólar, aponta o estudo, a participação brasileira seria ainda maior.

"O crescimento do comércio eletrônico ao consumidor no Brasil, de 2000 para 2001, em dólar, deve ficar em 170%. Em real, a ampliação é de 250%", disse em entrevista o presidente da Visa no Brasil, Marcos Aguiar.

O estudo revela ainda que dois terços das compras feitas via internet são pagos com cartão de crédito, apesar da desconfiança e do medo do consumidor.

A escolha do meio de pagamento, segundo o levantamento com 80 empresas de comércio eletrônico na América Latina, depende do valor da compra. Para as mais baratas, a opção geralmente é o boleto bancário. Já os itens mais caros são pagos com cheque, enquanto o cartão de crédito é opção para produtos de valor médio.

Concentração e consolidação

O levantamento feito pelo Boston e Visa aponta uma grande concentração no setor de comércio eletrônico na América Latina. Os 25 maiores varejistas online da região são responsáveis por mais de 83% do total das vendas via internet.

No Brasil, o mercado está mais concentrado: os três maiores sites —General Motors, Carsale e Submarino, segundo dados da revista Computerworld— detêm acima de 70% do total, ou mais de US$ 634 milhões em vendas projetadas para 2001.

Executivos do Boston e Visa acreditam que ainda haverá consolidação no setor de comércio eletrônico na América Latina, sobretudo em categorias como leilões virtuais e viagens on-line.

Para o presidente da Visa, as empresas puramente ponto.com perderam espaço para as multicanais, com presença no mundo físico. Com isso, os empreendimentos online tendem a se associar com companhias da chamada "velha economia".

Mas o contrário também pode acontecer, como no ano passado, quando o portal de internet Volando comprou a operadora de turismo brasileira Stella Barros.

Turismo ainda promete

Os atentados contra os EUA em 11 de setembro afetaram o turismo on-line, mas não a ponto de prognosticar o fracasso prematuro do setor. Os negócios relacionados a viagens na Web devem apresentar crescimento de 160% para US$ 140 milhões, na América Latina, em 2001, de acordo com o levantamento.

"O estudo foi feito em agosto, antes dos ataques nos EUA. Tivemos que refazer as projeções dessa categoria e reduzimos 22% em relação à estimativa anterior", disse Aguiar.

Como exemplo bem-sucedido de iniciativa online na área de viagens, BCG e Visa citam a Gol Transportes Aéreos, que tem cerca de 20% de sua demanda no canal de vendas on-line.

A aposta no turismo via Web é de longo prazo, já que a categoria ainda "está engatinhando", disse o relatório. Outros setores citados como promissores para o comércio eletrônico latino-americano são o de automóveis (o maior em 2001), leilões e produtos de informática.

Leia mais notícias de Informática Online
 

FolhaShop

Digite produto
ou marca