Aliança diz que Bin Laden e mulá Omar são criminosos de guerra
da Reuters, em Dubai (Emirados Árabes)O chanceler da Aliança do Norte, Abdullah Abdullah, disse hoje que se sua facção capturar Osama bin Laden e seu protetor, o mulá Mohammad Omar, eles serão julgados por crimes de guerra.
"Claro que eles cometeram crimes contra o povo afegão. Muitos civis inocentes foram mortos", disse Abdullah a uma emissora de Abu Dhabi. "Portanto os consideramos criminosos de guerra que devem ser levados à Justiça", afirmou.
O Taleban (milícia que contola parte do território afegão) perde cada vez mais espaço no Afeganistão. Já abandonou Cabul e vai deixando escapar várias Províncias a cada dia, seja por causa de uma rebelião popular ou do avanço da Aliança, com apoio dos EUA.
Mesmo assim, não há sinais de que os norte-americanos estejam perto de capturar o líder do Taleban, mulá Mohamad Omar, ou Osama Bin Laden, acusado de tramar os ataques contra o World Trade Center, em Nova York, e o Pentágono, nas cercanias de Washington, em 11 de setembro.
Abdullah disse que a ONU (Organização das Nações Unidas) não precisa enviar tropas ao Afeganistão, pois a própria Aliança será capaz de "livrar o país dos terroristas e do Taleban, e então não haverá guerra e portanto não será necessária uma força internacional para manter a paz".
Ontem, a ONU fez sua primeira proposta para o Afeganistão pós-Taleban: um governo provisório de base ampla, com mandato de dois anos, e uma força multinacional composta por países islâmicos e europeus.
Abdullah disse que a ONU só deve agir para ajudar na reconstrução do país e para monitorar as futuras eleições. O chanceler não descartou um papel para o ex-rei Zahir Shah, com quem a Aliança assinou um acordo que prevê a formação de um conselho de 120 membros, os quais por sua vez convocariam a Loya Jirga (assembléia tribal) representando todos os grupos afegãos.
Um importante assessor do ex-rei, exilado em Roma, disse ontem que a Aliança rompeu o seu trato ao entrar em Cabul antes de um acordo político. Abdullah disse que a tomada da capital foi feita após consultas com o ex-rei e outras facções.
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