Crise da Macedônia perde força com avanço da polícia
da Reuters, em Skopje (Macedônia)Uma séria ameaça ao acordo de paz na Macedônia foi controlada hoje, quando a polícia da região interrompeu uma blitze em vilas albanesas que tinha como objetivo capturar "assassinos" e adiou o plano de desenterrar um corpo para exumação de uma suposta vala comum em território antes controlado pelos rebeldes.
Os negociadores ocidentais do acordo de paz firmado em agosto, enfraquecidos pelas tentativas de sabotagem nacionalistas, disseram que seus esforços tenazes para conter a crise estavam rendendo frutos. A ameaça à paz foi desencadeada por uma investida de forças especiais em linhas desmilitarizadas.
"Houve algumas retiradas policiais ontem, estamos trabalhando em mais retiradas hoje, e já temos a promessa dos macedônios de que não farão mais provocações", disse o enviado especial da União Européia, Alain le Roy, em entrevista. "Também estamos pedindo que os albaneses removam postos de controle em vilas", disse ele, se referindo aos bandos de "defensores" armados, mobilizados para confrontar as batidas violentas de tropas de choque da polícia, que trabalham sob as ordens do ministro do Interior, Ljube Boskovski, um belicoso nacionalista.
A incursão da polícia especial no domingo para proteger uma "vala comum" que seria alvo de exumação desafiou os pedidos internacionais por moderação e levou a um levante étnico, o primeiro grande confronto desde a cerimônia de assinatura do acordo de paz. Três policiais morreram no incidente.
Boskovski -um poderoso inimigo do acordo de paz assinado pelo governo de coalizão dividido e frequentemente incoerente- prometeu investidas contra vilas albanesas com seus comandos Leão e Tigre, a fim de caçar os "assassinos" dos policiais mortos.
A ordem gerou a ameaça de retaliações sangrentas e indiscriminadas por guerrilheiros desmobilizados, que se sentiriam traídos pelo governo em relação à promessa de anistia.
Cerca de 200 Leões e Tigres em veículos blindados passaram a ocupar hoje estradas no norte da Macedônia, que dão acesso a refúgios rurais de membros do ex-Exército Nacional de Libertação.
"Temos ordens de ficar onde estamos", disse um policial. A polícia não está se movimentando a as tensões na zona alvo estão se dissipando.
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