Comandante militar anti-Taleban promete tomar Candahar
da Reuters, em Herat (Afeganistão)O comandante militar de oposição Ismail Khan prometeu hoje marchar rumo ao quartel-general do Taleban, Candahar, e ocupá-la caso necessário, apesar da oposição de tribos locais à tomada da cidade por uma força vinda de outra região do país.
Khan, um veterano líder mujahidin (guerreiros islâmicos que expulsaram os soviéticos do Afeganistão, com apoio financeiro e treinamento da CIA)
mulá Mohamad Omar (líder supremo do Taleban), retomou nesta semana sua antiga sede, a cidade de Herat (oeste), pela qual passa uma importante estrada que atravessa o deserto da Morte e chega até Candahar.
O comandante militar é um antigo inimigo do Taleban, que o expulsou de Herat em 1995 e o prendeu em 1997. Khan escapou da prisão no ano passado.
"Todos nós pertencemos ao Afeganistão", disse Khan em uma entrevista coletiva realizada em Herat. "Assim, não devemos encarar a ocupação de Candahar como uma invasão."
Apesar de Khan ser uma figura respeitada no país, sua língua é o persa e isso alimenta a desconfiança entre a etnia pashtun, que domina o sul do país e que forma a maior parte do Taleban.
Muitos líderes pashtuns anti-Taleban afirmam não desejar que forças não-pashtus assumam posições na cidade.
Questionado sobre se continuaria com sua ofensiva, Khan declarou: "Claro que sim. Se os terroristas não deixarem Kandahar, então iremos até ela a fim de libertá-la".
O comandante militar também afirmou se opor, agora que Cabul (capital) havia sido tomada das mãos do Taleban, à presença de tropas estrangeiras no Afeganistão. E acrescentou que as facções que compõem a Aliança do Norte, que assumiu o controle da capital, haviam concordado sobre a necessidade da formação de um governo de coalizão.
Khan disse apoiar a volta ao Afeganistão do rei exilado Zahir Shah, mas afirmou desejar a realização de uma Loya Jirga, ou grande assembléia de chefes tribais, a fim de decidir o futuro político do país.
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