Reuters
16/11/2001 - 14h13

Desaceleração econômica será foco de reuniões no Canadá

da Reuters

Um mundo à beira da recessão estará no centro das discussões durante as importantes reuniões de organismos financeiros internacionais que ocorrem neste final de semana em Ottawa, Canadá, depois de o FMI (Fundo Monetário Internacional) ter divulgado novos alertas sobre o desaquecimento da economia global.

Os participantes dos três encontros incluem ministros das Finanças e presidentes de Bancos Centrais de países ricos e pobres. Entre os assuntos a serem discutidos estão estratégias para revigorar a economia e sistemas de controle de ativos financeiros de grupos como os envolvidos nos ataques do dia 11 de setembro contra os EUA.

"Certamente haverá uma avaliação da economia global. Contamos com todos os principais países, dos EUA à Argentina, passando pelo Japão", afirmou Paul Martin, ministro das Finanças do Canadá e presidente do G20 (Grupo dos 20), que reúne países ricos e pobres.

"Desejamos chegar a um acordo sobre planos nacionais e internacionais para combater as redes de financiamento do terrorismo e para entendermos como o 11 de setembro tornou mais urgente a construção de estruturas por meio das quais os países possam fazer a globalização funcionar", afirmou Martin.

O encontro do G20 acontece no sábado de manhã. Depois ocorrem as reuniões adiadas dos comitês de estrategistas do FMI e do Bird (Banco Mundial).

Os encontros do FMI e do Bird deveriam ter ocorrido em Washington, mas foram adiados depois dos ataques do dia 11 de setembro. O encontro do G20 deveria acontecer na Índia, mas os planos mudaram pelo mesmo motivo.

As reuniões em Ottawa já foram definidas como alvo de manifestantes antiglobalização e contarão com a proteção de três forças policiais canadenses.

Sobre a eventual ameaça terrorista, membros do aparato de segurança do país disseram que as chances de que algo aconteça são muito pequenas.

Os ataques de 11 de setembro tiveram um forte impacto sobre a economia mundial e as projeções divulgadas pelo FMI na quinta-feira mostram que o crescimento global deve ser de apenas 2,4%, abaixo dos 2,6% previstos antes dos efeitos dos ataques e apenas pouco mais da metade dos 4,7% do ano passado.

Mas o FMI admitiu que fazer projeções econômicas após o 11 de setembro é o mesmo que "tentar ler folhas de chá".

Embora o FMI não admita que seu prognóstico de crescimento indica uma recessão global, muitos economistas vêem um crescimento mundial inferior a 2,5% como recessivo.
 

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