Soldados dos EUA treinam com realidade virtual
da Reuters, em Los AngelesCom um clique do mouse você pode saltar de uma tela de cinema imensa e vazia diretamente para o assento de um veículo de combate Hunvee arremessando-se pelas ruas enfumaçadas e esburacadas de um vilarejo nos Bálcãs.
Uma criança trajando um turbante está na rua em estado grave. As pessoas no meio-fio olham sem saber o que fazer —foi um atropelamento. Um helicóptero sobrevoa o local.
Um tenente virtual do Exército dos Estados Unidos aparece, com cara de culpa. Vocês dois começam a conversar para decidir o procedimento. "Senhor, devemos proteger a área de montagem", diz o soldado virtual.
Parece real, mas é apenas um dos vários videogames interativos demonstrados este mês e que são criados para treinamento de guerra de soldados norte-americanos e líderes de pelotões: o chamado "Exercício de Missão".
Uma série de cenários projetados em uma tela de cinema de 150º com som "surround" e chão que se move, imita as sensações de uma variedade de situações de guerra, desastres naturais e missões de paz.
As situações podem ser ajustadas com comandos no mouse. O objetivo é treinar o pessoal militar para lidar com problemas inesperados —a forma pela qual o jogador reage poderá significar a diferença entre a vida e a morte virtual.
Os criadores do game, do Instituto de Tecnologias Criativas, dizem que o jogo é especialmente necessário agora, com os ataques de 11 de setembro e a guerra no Afeganistão. O instituto é uma aliança entre estrategistas do Exército dos EUA, acadêmicos da Universidade da Califórnia do Sul e cineastas de Hollywood.
Os jogos simulam situações que lidam com tabus de cultura local, obstáculos em meio a missões militares, dificuldades de comunicação ou situações de perigo extremo.
O instituto foi formado em 1999 em Los Angeles com uma verba de US$ 45 milhões do Exército. Depois dos ataques de setembro, a entidade reuniu vários roteiristas e diretores de cinema para uma sessão de discussão de idéias para que imaginassem formas pelas quais inimigos podem atacar os EUA.
O instituto disse que fez uma parceria para que alguns jogos tenham versões simplificadas para lançamento comercial nos próximos dois anos.
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