Reuters
22/11/2001 - 12h28

Cuba acusa EUA pela morte de 30 imigrantes

da Reuters, em Havana

O governo cubano acusou ontem a política de imigração dos Estados Unidos pelo naufrágio que teria matado 30 cubanos em um dos piores acidentes deste tipo a envolver imigrantes ilegais da ilha caribenha.

Em um breve comunicado divulgado pela TV do país, o governo declarou que o recente, "grave e doloroso" acontecimento no estreito da Flórida (estado do sudeste norte-americano) era "consequência da Lei de Ajustamento Cubano, uma lei homicida".

O governo do presidente Fidel Castro argumenta há bastante tempo que a lei de 1996, que oferece tratamento preferencial aos cubanos que tentam morar nos EUA, uma vez que tenham chegado ao território norte-americano, incita as tentativas perigosas e ilegais de migração.

"Estamos reunindo algumas informações para fornecermos a nosso povo sobre mais este crime estimulado pela absurda política dos EUA em relação a Cuba", afirmou o comunicado, anunciando que um programa especial sobre o assunto seria levado ao ar amanhã.

Ontem, a Guarda Costeira norte-americana suspendeu as buscas por sobreviventes do naufrágio ocorrido no estreito da Flórida, desistindo tentar procurar algum dos 30 cubanos, entre os quais 12 crianças, que se encontravam a bordo.

Os imigrantes partiram do oeste da ilha caribenha na noite de sexta-feira (16) e não conseguiram chegar à Flórida no sábado (17), como previsto.

Na terça-feira (20), a Guarda Costeira encontrou o que se acredita ser a embarcação dos imigrantes, um barco de dez metros de comprimento.

Segundo o governo cubano, além da Lei de Ajustamento Cubano, o "canto da sereia" do capitalismo e as dificuldades econômicas enfrentadas pela ilha devido ao embargo imposto pelos EUA também motivam os moradores do país comunista a tentarem a travessia.



 

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