Reuters
27/11/2001 - 19h19

ONU adverte Afeganistão para não iniciar nova guerra civil

da Reuters, em Bonn (Alemanha)

As negociações sobre um novo governo para o Afeganistão após a queda do Taleban começaram hoje na Alemanha com a advertência da Organização das Nações Unidas (ONU) para que os grupos rivais evitem uma nova guerra civil, como a que ocorreu em 1992.

O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Joschka Fischer, abriu a conferência e disse aos 38 delegados afegãos e assessores que o mundo vai ajudar a reconstruir seu país destruído pela guerra se eles concordarem com um governo de transição e garantirem o respeito aos direitos humanos.

O enviado especial dos Estados Unidos para o Afeganistão, James Dobbins, também acompanha a reunião. Segundo ele, os quatro grupos que estão participando da conferência disseram que podem aceitar o ex-rei Zahir Shah como uma figura de liderança interina.

Conforme as negociações começavam, centenas de fuzileiros navais dos EUA no Afeganistão formavam uma base perto de Candahar, perto do "quartel general" do líder supremo do Taleban, mulá Mohammad Omar, e das montanhas onde suspeita-se que Osama bin Laden esteja escondido.

"Não podemos permitir que os erros do passado sejam repetidos, particularmente os de 1992", disse o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, em nota lida na reunião por seu enviado especial, Lakhdar Brahimi.

"Para muitos céticos, é exatamente isso que os senhores estão prestes a fazer", disse ele. "Os senhores têm de provar que eles estão errados."

No início da década de 90, os grupos de mujahideen (guerrilheiros muçulmanos) que derrotaram a União Soviética terminaram lutando uns contra os outros assim que tomaram Cabul das mãos de Moscou.

A ONU espera que as negociações possam gerar a liderança interina de um conselho de 15 ou mais pessoas. Este grupo - semelhante a um gabinete - convocaria uma Loya Jirga (grande assembléia) para a escolha de um parlamento interino. As eleições diretas ocorreriam dentro de cerca de dois anos.

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