Reuters
29/11/2001 - 16h47

Cinco mulheres afegãs ajudam a negociar o futuro do país

da Reuters, em Bonn (Alemanhã)

Cinco mulheres estão presentes às negociações patrocinadas pela ONU (Organização das Nações Unidas) a respeito de um futuro governo afegão, que, como acontece em outros países muçulmanos conservadores, deve ser dominado pelos homens.

As delegadas dizem que a participação delas é vital para as mulheres, confinadas a suas casas e às burcas (véus que as cobrem dos pés à cabeça) pela milícia Taleban, cujo governo de cinco anos foi derrubado sob ataques norte-americanos e de outros grupos afegãos.

"As mulheres estarão no poder tanto no governo como nos setores não-governamentais, como acontecia antes da guerra", afirmou Sima Wali, simpatizante do ex-rei Zahir Shah. "Seria maravilhoso ver mais mulheres, mas esse é um passo na direção certa. Esperamos que, no futuro, venhamos com mais mulheres."

Wali tenta organizar um encontro de mulheres afegãos vindas do Afeganistão, Paquistão, Irã e EUA. A reunião aconteceria na Bélgica na próxima semana e discutiria o papel feminino na reconstrução do país.

Mudança
A ONU apelou à Aliança do Norte, que agora controla a maior parte do Afeganistão, a deixar que as mulheres desempenhassem um papel maior na sociedade. Líderes norte-americanos também se manifestaram sobre a questão.

Sharla Assad, da Associação Revolucionária de Mulheres do Afeganistão, que atua em segredo no país, acha que a Aliança do Norte é tão avessa às mulheres como o era o Taleban.

"Acreditamos que qualquer governo pós-Taleban não irá ser o fim de nossa luta, mas apenas o começo", disse Assad, 27, uma porta-voz que disse usar um pseudônimo por motivos de segurança.

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