Reuters
07/12/2001 - 16h39

Vencedores do Nobel de medicina apóiam clonagem de célula-tronco

da Reuters, em Estocolmo

Os ganhadores do Nobel de medicina deste ano emprestaram seu prestígio para apoiar hoje a clonagem de embriões humanos com o objetivo de produzir células-tronco para a pesquisa médica.

Um dos ganhadores do prêmio, o britânico Paul Nurse, disse que a questão da clonagem de células humanas despertou discussões passionais, ao invés de debates racionais, e que a pesquisa não deve ser proibida devido a temores de possível abuso.

"Existem vantagens reais na clonagem terapêutica de células-tronco e seu uso para o tratamento de doenças degenerativas, que permitiriam a geração de células que poderiam substituir tecidos danificados", disse Nurse em Estocolmo.

"É claro que isso não deve ser confundido com a clonagem reprodutiva de seres humanos. Mas seria um erro não fazer nada apenas porque isso poderia ser usado de maneira errada", acrescentou.

As células-tronco têm o potencial de se transformar em qualquer tipo de célula humana. Elas poderiam então serem utilizados para tratar muitas doenças, como mal de Parkinson, diabetes e problemas cardíacos.

Nurse, seu compatriota Timothy Hunt e o norte-americano Leland Hartwell receberam o prêmio Nobel de fisiologia ou medicina por suas pesquisas sobre como as células se dividem, uma descoberta importante para saber por que algumas dividem-se desordenadamente, como as células cancerosas.

Hartwell disse na época esperar que sua pesquisa possa proporcionar importantes mudanças na farmacologia, possibilitando a criação de medicamentos altamente especializados que têm como alvo células individuais.

Nurse defendeu que a maior tarefa da fisiologia neste século será determinar o funcionamento do genoma humano. "O genoma humano é a lista de atores, mas nem montamos o texto, muito menos o que eles vão dizer", afirmou.
 

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