Reuters
18/12/2001 - 12h17

Taleban norte-americano já foi interrogado, diz Bush

da Reuters, em Washington

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse hoje que o norte-americano que se juntou ao Taleban (milícia que controlava o Afeganistão até o in´cio dos ataques dos EUA, em 7 de outubro, John Walker Lindh, havia sido interrogado pelo governo dos Estados Unidos.

Autoridades confirmaram relatos de que Walker havia sido membro da rede Al Qaeda, de Osama bin Laden.

Reuters - 30.jan.2001
George W. Bush, presidente dos Estados Unidos
"Ele foi interrogado, adequadamente interrogado, pelo governo norte-americano". Ao ser questionado sobre o que se sabia das atividades de Walker, o presidente respondeu: "Eu ainda não vi as transcrições do interrogatório".

Bush disse que receberia recomendações sobre como processar Walker, que usa o sobrenome da mãe, e se lhe caberia a pena de morte.

"Eu ainda tenho de ver a transcrição (do interrogatório), mas nós iremos decidir o que fazer com o senhor Walker", disse o presidente. "Nós iremos determinar se ele será julgado pela justiça militar ou pela justiça civil."

A família de Walker, em uma declaração divulgada por seu advogado, pediu novamente acesso ao filho e conclamou o governo a dar a lhe garantir seus direitos constitucionais.

A revista "Newsweek" informou hoje que Walker teria dito ser membro da Al Qaeda.

Walker disse que recebeu treinamento em campos da Al Qaeda para uso de explosivos e venenos e que se encontrou com oficiais da rede, incluindo o líder Osama bin Laden, segundo a "Newsweek".

Questionado sobre o relato, o porta-voz do Pentágono Richard McGraw disse: "Estas são provavelmente informações correta, segundo aquilo que eu ouvi o secretário (da Defesa, Donald Rumsfeld) dizer no passado".

Walker foi capturado no início do mês depois de uma rebelião em uma prisão nos arredores da cidade de Mazar-e-Sharif, no norte do Afeganistão. Ele foi levado para Camp Rhino, onde estão fuzileiros norte-americanos na cidade de Candahar, sul do país, e então levado para o USS Peleliu, no mar da Arábia.

Walker é considerado um prisioneiro de guerra. Segundo a "Newsweek", ele pode enfrentar processos criminais de traição e conspiração contra funcionários do governo dos Estados Unidos ou pode ir para uma corte marcial como "inimigo beligerante". O agente da CIA (inteligência dos EUA) Mike Spann foi morto na rebelião, mas o papel de Walker no conflito não está evidente.

Bush disse que Walker, como cidadão norte-americano, não seria julgado em nenhum dos tribunais militares propostos por ele, autorizados para julgamento de cidadãos estrangeiros acusados de terrorismo.
 

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