Milosevic quer Clinton como testemunha de seu julgamento
da Reuters, em BelgradoSlobodan Milosevic vai chamar o ex-presidente norte-americano Bill Clinton para testemunhar durante seu julgamento por crimes de guerra no tribunal da ONU (Organização das Nações Unidas) em Haia (Holanda), teria dito hoje uma autoridade do Partido Socialista.
Ivica Dacic disse que Milosevic, acusado de crimes de guerra durante os confrontos da última década nos Balcãs, iria chamar pessoas tiveram conversas públicas ou secretas com Milosevic.
Reuters - 20.set.2000 |
Slobodan Milosevic, ex-presidente da Iugoslávia |
O governo Clinton patrocinou e sediou negociações que levaram ao acordo de paz de Dayton, colocando fim à guerra de 1992 a 1995 na Bósnia. Milosevic era presidente da Sérvia na época e assinou o acordo em prol do sérvios da Bósnia.
Quatro anos depois, os Estados Unidos tiveram um papel de destaque na campanha de bombardeios de 11 semanas da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), em 1999, para colocar fim à repressão sérvia à maioria étnica albanesa em Kosovo, que teria sido planejada por Milosevic.
Milosevic foi deposto durante uma revolta popular em outubro de 2000 e transferido para o Tribunal Criminal Internacional para a ex-Iugoslávia em junho.
Na semana passada, Milosevic negou acusações no tribunal da ONU de promover uma campanha étnica genocida na Bósnia.
Ele também foi indiciado por crimes contra a humanidade durante a "limpeza étnica" por forças sérvias na Croácia em 1991-92 e durante o conflito de Kosovo sete anos depois.
Folha Online - 28.ago.2001 |
Bill Clinton, ex-presidente dos EUA |
"É certeza que algumas pessoas serão chamadas para testemunhar mas veremos qual procedimento será usado para isto", disse.
Ognjanovic disse que o tribunal da ONU havia marcado uma audiência preliminar para o dia 9 de janeiro e que alguns nomes poderão ser anunciados nesta ocasião.
Milosevic não legitima o tribunal da ONU, que criticou como sendo uma simples ferramenta da aliança militar da Otan que bombardeou a Iugoslávia, e recusou-se a nomear advogados de defesa.
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