Hamas diz que não suspenderá atentados contra israelenses
da Reuters, em Beirute (Líbano)Um importante membro do grupo ativista palestino Hamas afirmou hoje que a entidade não suspenderá os atentados suicidas contra israelenses a fim de aliviar a pressão internacional que pesa sobre o presidente da Autoridade Palestina, Iasser Arafat.
Um líder do Hamas na Cisjordânia tinha dito ontem que o grupo pensava em adotar tal medida, a primeira indicação de que os ativistas poderiam atender ao apelo de Arafat para colocarem fim aos ataques contra os israelenses.
"Serei claro a fim de acabar com qualquer confusão criada ontem: o Hamas e outras forças não suspenderam suas operações", declarou Khaled Meshal, líder do Hamas, em uma entrevista coletiva realizada em Beirute (capital libanesa).
"Todas os palestinos hoje acreditam que a resistência, com o martírio e as operações jihad [esforço que o muçulmano deve desempenhar para difundir e proteger o islamismo], é capaz de acabar com a ocupação da Cisjordânia e da faixa de Gaza incondicionalmente", disse.
Arafat, em um pronunciamento para os palestinos realizado no final de semana, apelou pelo fim dos ataques armados contra israelenses, depois de uma onda de atentados suicidas e de disparos de armas de fogo ter detonado ações militares de Israel na Cisjordânia e na faixa de Gaza.
Os Estados Unidos, patrocinadores de esforços contra os quase 15 meses de violência entre israelenses e palestinos, concordaram com a exigência de Israel para que Arafat prenda os ativistas responsáveis pelos ataques antes da retomada das negociações de paz.
O levante palestino contra a ocupação israelense iniciou-se em setembro do ano passado e já matou mais de mil pessoas.
Meshal disse que o Hamas não era indiferente aos problemas de Arafat, apesar da prisão de membros do grupo ordenada pelo presidente da Autoridade Palestina. O ativista, porém, disse que descartar os ataques contra os israelenses acabaria com a unidade palestina e abortaria o levante.
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