Reuters
30/04/2001 - 12h07

Líder de milícia no Timor Leste é condenado a 6 meses de prisão

da Reuters, em Jacarta (Indonésia)

Uma corte da Indonésia condenou hoje Eurico Guterres a seis meses de prisão por incitar a violência, uma sentença que deve provocar críticas de grupos de defesa dos direitos humanos e da comunidade internacional por ser considerada leve demais.

Guterres, líder das milícias pró-Indonésia que promoveram massacres em Timor Leste depois de a população do território ter aprovado a independência em 1999, mostrou-se, como de costume, desafiador ao comentar sua sentença.

"Continuem, mandem-me para a cadeia. Seis meses é muito pouco. Se for necessário, dêem-me cem anos", afirmou Guterres depois de a corte de Jacarta (capital indonésia) ter comunicado a sentença.

O veredicto significa que o miliciano pode ter de ficar apenas algumas semanas atrás das grades por ter incitado a violência na região, pois já está há alguns meses sob custódia policial.

"O réu Eurico Guterres foi considerado culpado por incitar a violência. A corte sentencia o réu a seis meses de prisão, dos quais devem ser descontados os meses de detenção já cumpridos", afirmou o juiz do caso.

O advogado de defesa afirmou que iria apelar da sentença e que Guterres não começaria a cumprir a pena oficialmente até que o processo tivesse chegado ao fim. O miliciano encontra-se atualmente em prisão domiciliar.

A promotoria afirmou que pode apelar, pedindo que a pena de prisão seja aumentada.

Guterres, líder da milícia Aitarak, foi acusado de incitar a violência em Atambua, cidade na fronteira entre Timor Leste e Timor Oeste. Os incidentes obrigaram dois observadores da ONU a fugir de Timor Leste.

Os observadores investigavam o assassinato na cidade de funcionários de agência de ajuda humanitária que teriam sido mortos por milicianos de Timor Leste.

Seis homens acusados desses crimes devem ser sentenciados nesta sexta-feira pela mesma corte. Eles podem ser condenados a até 34 anos de prisão.
 

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