Grupo militante do Paquistão quer ir para a Caxemira
da Reuters, em Lahore (Paquistão)O grupo pró-Caxemira Lashkar-e-Taiba disse hoje que havia decidido transferir sua facção militante do Paquistão para a Caxemira, dominada pela Índia, depois de pedidos para que o governo paquistanês boicote o grupo e prenda seus líderes.
A tensão entre os dois rivais nucleares, Índia e Paquistão, aumentou desde o ataque suicida de 13 de dezembro ao Parlamento indiano, em que 14 pessoas morreram.
O Lashkar-e-Taiba negou as acusações da Índia de que estivesse envolvido no ataque.
"O Lashkar-e-Taiba vai continuar com suas atividades militantes contra o Exército indiano na Caxemira ocupada", disse o líder Hafiz Mohammad Saeed durante uma coletiva em Lahore.
Mohammad afirmou também que o grupo nomeou um novo comandante para seu braço militante, Maulana Abdul Wahid Kashmiri, que mora na área da Caxemira dominada pela Índia.
A Índia responsabilizou o Lashkar-e-Taiba e outro grupo militante com base no Paquistão, Jaish-e-Mohammad, pelo ataque ao Parlamento e pediu que o governo paquistanês banisse os dois grupos.
O presidente norte-americano George W. Bush pediu que presidente paquistanês Pervez Musharraf punisse os dois grupos e prometeu ajuda aos Estados Unidos.
O Lashkar-e-Taiba é um entre mais de uma dúzia de grupos separatistas da Caxemira que combatem o domínio indiano na região do Himalaia.
O grupo iniciou ataques suicidas à Índia em 1999. O Departamento de Estado norte-americano colocou o grupo no dia 20 de dezembro em uma lista de organizações terroristas.
A Índia, que é predominantemente hindu, acusa o Paquistão, de maioria muçulmana, de apoiar um movimento separatista de mais de uma década em seu único estado de maioria muçulmana.
O Paquistão nega a acusação e diz dar apenas apoio moral e diplomático ao que considera a luta por liberdade na Caxemira. A Índia e o Paquistão já travaram duas de suas três guerras por causa da Caxemira desde a independência do domínio colonial britânico, em 1947.