Moradores da fronteira Índia-Paquistão fogem temendo a guerra
da Reuters, em Rania (Índia)Quando termina o dia no vilarejo agrícola de Rania (Índia), localizada na fronteira com o Paquistão, outras várias famílias colocam seus bens em caminhões e abandonam suas casas sob a proteção da noite.
"Durante o dia, eles se mostram valentes e juram que permanecerão em suas casas até o último", afirmou Sukhdev Kaur, morador da região. "Mas, quando chega a noite, eles fogem."
"(O chefe da vila) declarou aos meios de comunicação recentemente que não partiria. Mas deixou sua casa discretamente na noite passada."
Mais de dois terços dos moradores da vila já fugiram para o leste, para longe da fronteira e rumo a locais relativamente mais seguros em meio a temores cada vez mais fortes de que a Índia e o Paquistão travem sua quarta guerra desde que se tornaram independentes do Reino Unido, em 1947. Os dois países concentraram tropas e armamentos pesados ao longo da fronteira de 3.310 quilômetros, que vai do Himalaia ao mar da Arábia, enquanto a Índia ameaça atacar bases de ativistas islâmicos localizadas no território paquistanês. Os ativistas lutam contra o domínio indiano sobre a Caxemira, única região de maioria muçulmana do país predominantemente hinduísta.
Em meio à troca de acusações, os moradores das vilas localizadas na fronteira fogem de suas casas com medo.
Com dificuldades para sobreviver antes, muitos agora vêem-se impossibilitados de criar seus animais ou cultivar suas plantações ao acordarem todos os dias para verem porções cada vez maiores de suas terras transformadas em áreas minadas ou tomadas por forças indianas.
"Desde 1971 não víamos preparações tão sérias para a guerra. Minha família também está fazendo as malas", disse Amarjit Singh, um ex-líder de Rania.
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