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24/09/2002 - 02h36

Villa-Lobos para todos os gostos

IRINEU FRANCO PERPETUO
free-lance para a Folha de S.Paulo

Reprodução
Heitor Villa-Lobos, sem o seu habitual charuto, em foto de Arnold Newman em maio de 59

O compositor carioca Heitor Villa-Lobos (1887-1959) é daqueles dos quais muito se fala, mas pouco se escuta. Embora seu catálogo seja rico e variado, abrangendo as mais distintas formas musicais e combinações instrumentais, sua reputação repousa sobre uma quantidade pequena de obras que são pouco tocadas, mesmo aqui no Brasil.

Há várias razões para isso, como a dificuldade do acesso ao material musical e a precariedade das edições. Felizmente, embora ainda escasseiem as apresentações ao vivo de obras de Villa-Lobos (como, de resto, de todos os autores eruditos brasileiros), os catálogos das gravadoras estão razoavelmente bem servidos com a obra do maior compositor das Américas de todos os tempos.

E é por essa boa oferta de CDs que se deve começar a aproximação do ouvinte ao mundo de Villa-Lobos. Ele foi o rebelde que serviu a ditadura de Getúlio Vargas, o compositor erudito que influenciou e foi influenciado pela música popular, o autodidata que encampou a bandeira da educação musical, o mitômano que soube expressar as verdades musicais de sua época. Justamente por seu caráter contraditório, Villa-Lobos apaixona.

Irineu Franco Perpetuo, 31, é jornalista, correspondente no Brasil da revista "Ópera Actual", de Barcelona, e autor, com Alexandre Pavan, de "Populares & Eruditos" (Invenção, 2001). Está ouvindo o CD "Canto", de André Mehmari (selo Núcleo Contemporâneo).

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