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29/10/2002 - 03h04

Criatividade à flor da pele

FÁBIO SEIXAS
enviado especial da Folha de S.Paulo a Milão

Larissa Rebello, 20, é a única brasileira na Universidade da Imagem. Paulistana, trancou o curso de história, na USP, e viajou para Milão em novembro de 2001.

Prestes a iniciar seu segundo e conclusivo ano na instituição, a estudante já revê seus projetos. Há um ano, Larissa pretendia atuar com história das artes. Hoje, ainda se imagina trabalhando nessa área. Mas quer mexer com criação, quer envolver seus novos conhecimentos sensoriais. "Não pretendo fazer nada convencional", disse em entrevista à Folha.

Folha - Como você tomou conhecimento da universidade?
Larissa Rebello - Meu pai é cliente da Dragoco, uma das indústrias que patrocina a escola. Ele ficou sabendo do curso, me contou e eu me interessei. Acabei vindo sem saber direito o que encontraria.

Folha - Como foi o processo de seleção para o curso?
Rebello - Eles pedem um trabalho seu. Pode ser um CD, fotos, desenhos, um filme, qualquer coisa assim. E depois há uma entrevista. Inclusive, agora, outubro, é a época dessas entrevistas.

Folha - Que trabalho você apresentou nessa seleção?
Rebello - Eu mandei fotos e alguns desenhos, mas tudo amador. Nunca fiz curso de foto... Sabia só alguma coisa de desenho.

Folha - O curso é algo muito diferente do que você já tinha visto?
Rebello - É uma junção de várias coisas que você poderia fazer separadamente. Num dia você aprende sobre paladar, faz degustação de produtos regionais italianos... No dia seguinte, está num estúdio de fotografia digital, aprendendo sobre iluminação. E, no outro, está fazendo ioga no curso de consciência corporal.

Folha - O curso é muito puxado?
Rebello - É. As aulas vão das 9h até mais ou menos umas 17h. E ainda há um horário especial para os alunos tocarem seus projetos. O curso exige dedicação integral, é difícil arrumar horário para trabalhar com alguma outra coisa.

Folha - Que tipo de estudante divide a classe com você?
Rebello - É um grupo muito, muito diverso. Inclusive, a seleção leva em conta essa diversidade. Tem gente formada em artes gráficas, tem gente da área de biológicas... Não importa o passado da pessoa, importa o que a pessoa está querendo fazer num âmbito criativo.

Folha - Em que área você pretende atuar no final do curso, em junho? Seu objetivo inicial já mudou um pouco após essas aulas?
Rebello - Eu tenho vontade de trabalhar com criação ou na área sensorial, talvez numa escola, com crianças. Mas quero uma coisa totalmente nova. Não pretendo atuar com história da arte da maneira como é na academia, do modo como é milenarmente.

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- A universidade dos sentidos

     

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