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29/10/2002
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03h11
Entenda o barroco
ANA LÚCIA ARAÚJO free-lance para a Folha de S.Paulo
Há várias definições para explicar o movimento barroco. A diretora do Museu de Arte Brasileira da Faap, Maria Izabel Branco Ribeiro, diz que nenhuma delas é definitiva, mas todas se completam.
A primeira considera o barroco apenas o movimento artístico característico dos séculos 16 e 17. Um outro significado, mais político, diz que as propriedades artísticas do período são instrumentos da Contra-Reforma da igreja. Após o Concilio de Trento, os católicos criam o barroco para fazer frente à Reforma Protestante e reconquistar os fiéis.
"Os luteranos propunham uma fé muito racionalizada, muito fria e austera. Os católicos vão pelo lado da subjetividade, do emocional, trabalhando com os opostos", diz Ribeiro.
Uma outra interpretação vê o barroco como o tipo de arte característica de determinados momentos históricos. Comparado à arte grega helenística e ao romantismo. Segundo essa corrente, a subjetividade, o uso de emoção e dramaticidade nas obras, com o emprego de muitas curvas -que dão movimento e dinamismo- e opostos, como claro e escuro, podem aparecer em diversos períodos.
Por fim, em uma última definição, que valeu até o século 19, o barroco, com todo seu exagero e exuberância, era considerado um estilo de mau gosto.
No Brasil, explica Ribeiro, pode-se considerar barroco a produção que vai desde 1530, logo após o descobrimento, até 1823, com a instalação da academia artística da missão francesa, no Rio de Janeiro. A missão é convocada por Dom João 6º em 1808 com a intenção de transformar o Rio em uma cidade neoclássica, acompanhando o que acontecia na Europa. A missão só pisa em solo brasileiro em 1816. Após mais oito anos, a academia fica pronta e marca o fim oficial do barroco no Brasil.
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