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29/07/2003 - 02h30

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da Folha de S.Paulo

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CAPA

Gostei muito da reportagem "Cada um com a sua língua", publicada no Sinapse de julho, que felizmente poupou os engenheiros. Para combater a epidemia [do jargão], preciso cumprir o dever patriótico de enviá-la aos colegas. Sugiro apenas acrescentar na lista de modismos o termo "plotar" (imprimir desenho), de uso comum no engenheirês.
Mário Amora Ramos
Salvador, BA

RUBEM ALVES

Sorteio não, por favor. Não podemos ficar à mercê de um jogo de azar. Sugestão: que se dê continuidade aos cursos colegiais por mais dois ou três anos, oferecendo disciplinas selecionadas pelos alunos; retornar, reformular e valorizar os cursos técnicos profissionalizantes; priorizar a formação do cidadão. A verdade é que existe uma ansiedade, produzida pela sociedade, para que as pessoas façam uma faculdade. Acredito que é preciso diminuir essa ansiedade e direcioná-la para algo mais palpável.
José Cláudio Höfling
Campinas, SP

Assim como Rubem Alves, acho que o vestibular é a pior maneira de despertar o interesse pelo conhecimento. Mas tenho convicção de que essa "solução", o sorteio, não passará de estranha para mim.
Mônica Jordão de Souza Pinto.
Porto Ferreira, SP

AVALIAÇÃO

O problema da avaliação da aprendizagem —aparentemente de ordem educacional e pedagógica— é muito mais amplo. Está diretamente relacionado à ordem social e política. Fala-se da ampliação do número de séries nos ensinos básico, fundamental e médio. Mas ampliar a quantidade de anos de permanência do aluno na escola é condição para resolver o problema que aí está? Para o país de fato crescer, a única verdade, sempre propagada, mas nunca efetivada, é o investimento maciço em educação —uma educação de qualidade que não seja vista apenas pelas estatísticas, mas que resulte no respeito inalienável a cada cidadão e cuja reorganização inclui, quase que por acréscimo, a avaliação que lhe é atrelada e pode lhe servir de esteio e de apoio.
Maria Aparecida Vieira Zaroni
Itajubá, MG

[Sobre diploma universitário como condição de empregabilidade], terminei o ensino médio no ano passado e nem por isso vou dar um tiro no escuro somente para garantir um emprego. Minha família queria que eu fizesse administração, pois acreditava que eu conseguiria um emprego rapidamente. Preferi perder um ano a fazer o que queriam. Tenho o sonho de fazer letras e ser professor do ensino médio. Fazer um curso superior apenas para cessar necessidades de outra natureza é como dar um tiro no pé. É uma frustração.
Daniel Henrique Passos Gonçalves
São Paulo, SP

Luiz Paulo Labriola faz, no Sinapse de 24 de junho, uma excelente crítica à avaliação da aprendizagem escolar. Na mesma edição, Rubem Alves faz também uma genial crítica ao vestibular brasileiro. Realmente, de nada adianta propor mudanças nas ações pedagógicas, que, se adotadas nas aulas, já teriam chegado às avaliações escolares, se as falhas na estrutura do sistema educacional não forem atacadas. De nada adianta ficar atacando professores, escolas, diretores, autores de livros didáticos, pais e alunos se não houver coragem para enfrentar aquilo que determina todas as ações escolares: o vestibular. Como vamos mudar as ações pedagógicas se o vestibular exige mil "bitolamentos"? Devemos criar um único vestibular no país. Trabalhar para aperfeiçoá-lo seria uma preocupação de toda a sociedade, e não apenas de grupos espalhados nas diversas universidades.
Olímpio Rudinin Vissoto Leite
Santos, SP

Oportuníssima a matéria de capa do Sinapse de 27 maio. Tenho 15 anos, vou prestar vestibular para jornalismo e, no entanto, tenho de decorar fórmulas de física. Os alunos deveriam estudar aquelas matérias que efetivamente vão usar no dia-a-dia, e não se ater a temas que, depois do vestibular, virarão pó. Aliada ao comentário de Rubem Alves, a reportagem deu um banho de água fria nesse método cada vez mais retrógrado de avaliação.
João Guilherme D'Arcadia
Poços de Caldas, MG

INTERNACIONAL

Achei inovador o projeto da Universidade Infantil, na Universidade de Tübingen (Alemanha). Quanto mais cedo aproximarmos as crianças das universidades, mais fácil será a escolha que deverão fazer na hora da decisão de qual carreira seguir. Alguns temas citados na reportagem foram muito adequados para despertar interesse e desvendar curiosidades nas crianças e nos adolescentes. Em resumo: uma iniciativa simples e aparentemente sem custos elevados que deverá ajudar muito na formação dos futuros profissionais. Plantar boas idéias educacionais nas crianças implica colhermos melhores frutos no futuro.
Luiz Adolfo T. Pereira
São Paulo, SP

PERFIL

Brilhante a entrevista com a geneticista Mayana Zatz.
Luzia Marta Bellini
Maringá, PR

TESTE

No teste de gastronomia, a pergunta "Qual destes elementos se come exclusivamente com as mãos?" está com duplicidade na resposta, devido ao fato de pão ser um dos alimentos incluídos na resposta certa. O autor sugeriu o pão apenas de uma forma, aquele que partimos à mão, em acompanhamentos de sopas e caldos. Desprezou, por exemplo, aquele que vem torrado e picado sobre saladas verdes. O pão não é tão exclusivo assim, pois uma hora ou outra não é levado à boca com a mão.
Elisângela S. Steves
Londrina, PR
Resposta do jornalista Luiz Henrique Horta - No teste, referi-me exclusivamente ao pão em formato de pão, e não como ingrediente. Pudim de pão, por exemplo, e os croûtons a que a leitora se refere são pão num aspecto molecular, mas não no de comportamento à mesa. Minha internção era libertar as pessoas de excessivos constrangimentos de etiqueta. Muita gente faz malabarismos para comer canapê e sanduíche com faca e garfo, uma coisa sem propósito. O importante na comida é ter prazer.

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