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29/07/2003 - 02h50

Universidade grátis no meio da floresta

ANA WEISS
free-lance para a Folha de S.Paulo

Uma universidade gratuita no meio da floresta amazônica. Esse é o projeto, já em andamento, da Fundação Orsa, uma organização não-governamental e sem fins lucrativos ligada à empresa de mesmo nome. A universidade está sendo planejada para oferecer ensino superior exclusivamente na área ambiental. No projeto, estão incluídos 150 mil hectares de terreno —na fronteira entre o Pará e o Amapá, próxima à região do rio Jari— que estão liberados pelo Ibama para o trabalho de pesquisa. Seu funcionamento deve ser iniciado em dez anos.

Divulgação
Área onde deverá ser instalada a Universidade do Meio Ambiente da Amazônia
O projeto da fundação, que está sendo chamado de Universidade do Meio Ambiente da Amazônia, tem apoio do Ministério do Meio Ambiente e já conta com profissionais trabalhando com a comunidade local. O objetivo é que, quando o projeto estiver de pé, a população da região do Jari, no Pará, possa ter representantes interessados cursando a universidade. A fundação mantém, atualmente, ações educativas na região, principalmente voltados para crianças de escolas públicas.

"A idéia não é apenas reunir estudantes e pesquisadores de fora em um local cheio de informação ambiental, como a floresta amazônica. É também reunir os moradores do lugar para ajudar na produção da pesquisa", diz Vera Melis, coordenadora de Educação da Fundação Orsa.

Ainda não estão definidos números de vagas, cadeiras e profissionais que atuarão na universidade. O que se sabe é que ela será um centro voltado principalmente para pesquisa e que terá sede em uma reserva ecológica no meio da floresta, a 80 quilômetros do distrito de Monte Dourado, no município de Almerim (PA).

Sérgio Amoroso, presidente da Orsa Celulose e criador da fundação, acredita que um dos departamentos de destaque do futuro centro de ensino será na área de fitoterápicos. "Existem hoje universidades brasileiras que realizam pesquisas muito interessantes nessa área, mas ainda não estão na Amazônia. Uma de nossas idéias é trabalhar em parceria com essas ações já em curso."

Além de pesquisar os recursos da floresta, os envolvidos no projeto deverão realizar trabalhos comunitários, especialmente de educação ambiental, como ensinar sobre reciclagem e coleta seletiva de lixo. A região possui cerca de 100 mil habitantes e sofre problemas como desmatamento e poluição das águas de seu principal rio e fonte de desenvolvimento econômico, o Jari.

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