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26/08/2003 - 02h55

Motivação: Começar de novo aos 80 anos

ALEXANDRA OZORIO DE ALMEIDA
free-lance para a Folha de S.Paulo

Cris Bierrenbach/Folha Imagem
O engenheiro aposentado Paulo Nogami
A dificuldade não intimida o engenheiro aposentado Paulo Nogami, 80. Matriculado no oitavo semestre da Aliança Francesa, ele diz que precisa frequentar a sala de aula. "Ao estudar uma língua, aprendo sobre pintura, cultura", diz. A escolha do idioma tem motivo familiar: "Minha filha se casou com um francês, então resolvi estudar para poder me comunicar com ele", conta.

Descendente de japoneses (a mãe chegou ao Brasil com dez anos, e o pai, já adulto), o engenheiro falava a língua materna em casa. Começou a estudar o idioma escrito, mas foi obrigado a parar durante a Segunda Guerra Mundial. "Só voltei a estudar japonês aos 65 anos."

Em 1950, quando se formou engenheiro pela USP, sentiu falta da sala de aula e decidiu estudar alemão. "Fiz sete anos e sabia muito da língua. Hoje em dia não. Tenho muitas deficiências", diz.

Aos 60 anos, Paulo decidiu estudar inglês, tendo parado um semestre antes de prestar o exame de proficiência. "Com a idade, tenho muita dificuldade." Mesmo consciente das suas limitações, não pensa em parar. "O dia em que deixamos de aprender é o dia em que começamos a envelhecer."

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