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30/09/2003
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03h18
O homem precisa mesmo se apaixonar?
da Folha de S.Paulo
Na terceira palestra da "Semana Sinapse", o escritor e jornalista Carlos Heitor Cony, 77, falou sobre o tema "O homem precisa mesmo se apaixonar?", que teve como principal debate a distinção entre amor e paixão.
Fabiano Cerchiari/Folha Imagem | | O escritor Carlos Heitor Cony |
| O escritor afirma enganar-se quem acredita que a paixão é um amor superlativo. "Há uma diferença de gênero, e não de grau.
Como o resfriado e a gripe." Para Cony, o verdadeiro apaixonado não tem ciúme, tem ódio. E a paixão, mais do que um amor muito grande, é um "ódio às avessas".
Enquanto o amor tende a uma certa plenitude, segundo Cony, a paixão move os grandes momentos da vida do ser humano. "O amor é óbvio. A paixão é inexplicável, tem razões que a própria razão desconhece." Para exemplificar, citou torcedores que sofrem quando seu time vai mal. "Sofro por algo que não fiz."
O escritor acredita que a paixão é finita e que não é possível contê-la. "Paixão que dura mais de um ano deixa de ser paixão. Se é contida, é outra coisa."
Para Cony, o homem talvez não precise se apaixonar. "Precisa de ar, proteínas." Mas, ao responder se é possível não se apaixonar, disse: "Sim, as baratas não se apaixonam".
Ao finalizar a palestra, Cony concluiu: "Os grandes apaixonados são os santos, que renunciam a tudo, e os criminosos, que não renunciam a nada".
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