31/08/2004 - 03h32

Teste: Música eletrônica é bate-estaca? (gabarito)

Adriana Ferreira
do Guia da Folha

Confira abaixo o gabarito do teste "Música eletrônica é bate-estaca?", publicado no Sinapse de 31 de agosto de 2004.

1. B) Criado em 1970, em Düsseldorf, por Ralf Hütter e Florian Schneider, o Kraftwerk —que logo se tornou um quarteto— foi o primeiro grupo a compor um disco inteiro utilizando bateria eletrônica, sintetizadores e computadores. No estúdio KlingKlang, onde a banda trabalha até hoje, foram gravados quatro álbuns fundamentais: "Autobahn" (74), "Radio-Activity" (75), "Trans-Europe Express" (77) e "The Man Machine" (78).

2. A) Anualmente, a revista inglesa "DJMag" (www.djmag.com) convoca seus leitores para participar da classificação. Quase sempre, os primeiros lugares tocam trance —derivado do tecno cheio de efeitos psicodélicos—, um dos estilos mais populares da eletrônica. Neste ano, 61.529 pessoas participaram da votação e elegeram o holandês Tiësto —que tocou na abertura da Olimpíada de Atenas— o melhor de 2003.

3. B) Trata-se de estilos essenciais da eletrônica, base de variações como tech-house, deep house e trance. Em 1982, em Nova York, no Bronx, Afrika Bambaataa e The Soul Sonic Force utilizaram a base da música "Trans-Europe Express", do Kraftwerk, para compor "Planet Rock", um funk eletrônico que resultou no electro. Em Detroit, Juan Atkins, Derrick May e Kevin Saunderson, entre outros, passaram a fazer música utilizando apenas máquinas —e inventaram o tecno. Em Chicago, Frank Knuckles assumiu os toca-discos do clube gay The Warehouse, fez experimentações com disco music e soul, o que resultou em um novo estilo, batizado de house music, em homenagem ao nome do clube .

4. D) Os anos 2000 começaram com o resgate do electro, incrementado por estilos como rock, house, punk e tecno. O selo alemão International DeeJay Gigolos lançou os principais artistas de electro —entre eles, a francesa Miss Kittin. Em Nova York, o revival foi batizado de electroclash pelo DJ Larry Tee.

5. D) Quando estava na universidade, Juan Atkins conheceu o veterano da Guerra do Vietnã Rick Davis e o apresentou ao livro "A Terceira Onda", de Alvin Toffler, que falava sobre uma tribo de "tecno-rebeldes" que utilizava o seguinte bordão: "Ou nós controlamos a tecnologia ou a tecnologia nos controla".

6. C) Ainda que os brasileiros Marky, Patife e Xerxes de Oliveira (XRS) tenham popularizado e aplicado ritmos brasileiros —como a bossa nova e o samba— ao drum'n'bass, ele surgiu nos guetos étnicos de Londres, por volta de 1992, a partir de estilos como hardcore (tecno acelerado) e jungle.

7. A) Nada a ver com clipes na TV. Os videojóqueis são videoartistas que criam imagens a partir de fotos e arquivos, ou mesmo filmando, e as projetam e editam ao vivo em festas de música eletrônica. O primeiro de que se tem notícia no Brasil é Alexis Anastasiou. Ele e Palumbo, além dos coletivos Embolex, FAe Bijari, estão escalados para projetar imagens no festival sonarsound São Paulo.

8. A) Os DJs e produtores Marky e Xerxes (XRS) emplacaram "LK", com sample (pedaço) da música "Carolina Carol Bela", de Jorge Ben Jor. A faixa está no primeiro disco da dupla, "In Rotation". Nem por isso ela foi a única a ficar famosa: "Pontapé", de Renato Cohen, já foi tocada por alguns dos principais DJs de tecno do mundo, e "Sambassim", parceria entre Fernanda Porto e Patife, tocou em todas as festas inglesas de drum'n'bass.

9. D) As raves começaram como festas urbanas de música eletrônica, que ocorriam em lugares como galpões abandonados. Devido às constantes batidas policiais, foram transferidas para áreas rurais, onde aconteciam ao ar livre, divulgadas somente na noite do evento, por telefone ou boca a boca. No fim da década, o Parlamento inglês aprovou leis criminalizando-as, principalmente por causa do consumo de ecstasy. Matthew Collin registrou a relação entre a cultura eletrônica e essa droga no livro "Altered State" (Serpent's Tail, importado).

10. C) O DJ mais famoso da ilha nessa época, o argentino Alfredo Fiorillo, do clube Amnesia, conquistou ingleses que depois se tornariam DJs famosos, como Paul Oakenfold, discotecando estilos como rock, house e disco music. Conhecido como "a droga do amor", o ecstasy era consumido na ilha e também foi parar nas pistas inglesas.

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