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28/09/2004 - 02h50

Prefeituras adotam sistemas

Antonio Arruda
free-lance para a Folha de S.Paulo

Pode parecer um contra-senso: receber livros didáticos gratuitamente e, mesmo assim, optar pela compra de material da rede privada. Mas Brotas e Vinhedo, cidades do interior de São Paulo, adotaram essa medida.

Aceituno Júnior/Folha Imagem
Atividade em uma das escolas de Brotas que usam o método do Pueri Domus

"Antes não havia uniformidade no desenvolvimento do trabalho: o nível dos professores variava bastante", diz Marilene Pisoni Mayr, secretária da Educação de Vinhedo (79 km a noroeste de São Paulo). Na cidade, o sistema Pueri Domus é utilizado em dez escolas desde o início de 2003, com alunos da quinta à oitava série do ensino fundamental.

O fato de os professores poderem conversar com os autores das apostilas e de receberem assessoria pedagógica anima Marilene: "Isso enriquece o trabalho. O professor tem pesquisado mais. Temos casos de pais que souberam da mudança e tiraram seus filhos da rede privada para que estudassem conosco".

Os livros recebidos do governo vão para a biblioteca. De acordo com Marilene, o valor gasto com o novo sistema não chega a 5% da verba total disponível. "É muito pouco investimento para um resultado bastante satisfatório."

Segundo a educadora Guiomar Namo de Mello, que também integra a Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, ligada ao Ministério da Educação, se a prefeitura tem um plano municipal de educação, segue as Leis de Diretrizes e Bases e respeita os Parâmetros Curriculares Nacionais. Se o material é adequado, não há empecilho legal para a adoção de um sistema privado na rede pública.

Em Brotas (245 km a noroeste da capital), o sistema Pueri Domus foi adotado neste ano. Ao todo, 1.940 alunos da educação infantil e da primeira à quarta série do ensino fundamental trocaram livros por apostilas, o que exigiu investimentos da ordem de R$ 220 mil. "Dar ao aluno da rede pública um ensino de qualidade foi nosso objetivo maior", explica Gilda Salviato de Oliveira, secretária da Educação da cidade. "Temos recebido um apoio pedagógico muito bom, tiramos dúvidas por e-mail e recebemos a visita dos autores, o que tem sido positivo", completa Gilda, que em agosto fará uma avaliação para verificar o rendimento dos alunos.

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