São Paulo, domingo, 3 de setembro de 2000
 

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Sereias na rede


Há cinco anos, a Internet era dominada pelos homens. Pesquisas recentes _como as dos institutos Media Metrix e Jupiter Communications_ revelam a rapidez com que esse panorama está mudando. Nos Estados Unidos e em países da Europa, as mulheres já são responsáveis por 50% da audiência da rede.
No Brasil, os numeros mostram que estamos no mesmo caminho. Segundo as pesquisas feitas pelo Cadê?/Ibope, o percentual de brasileiras conectadas subiu de 17% em 96 para 37% em 99 e, para este ano, a perspectiva é de outro grande crescimento.
Com a avalanche de novas usuárias, a Internet se molda ao perfil feminino, e explodem na rede as páginas voltadas ao cotidiano e às necessidades da mulher.
Além de acessar e-mail e sistemas que facilitam o dia-a-dia, como o home banking, elas também são consumidoras vorazes. Nenhuma novidade quando se sabe que as mulheres sempre tiveram a responsabilidade de fazer as compras da casa.
Há quem procure a rede para saber mais sobre seus direitos. “Uma vez fui agredida e não tive coragem de ir à Delegacia da Mulher. Pela Internet, de forma sigilosa, consegui reunir todas as informações de que precisava e, no final, tomei coragem e pedi a separação”, conta a dentista Ana, 35.
Há quem queira esclarecer tabus, mitos e preconceitos, como é o caso da estudante Sílvia. “Em relação ao sexo, as mulheres nunca tiveram a mesma abertura dos homens. Na Internet, há muita troca de informações e posso falar abertamente de assuntos como a masturbação feminina”, afirma.
Mas as mulheres não estão só usando a rede _também estão fazendo. É o caso da webmaster Andrea Evora Cals, 35, que deixou a profissão de arquiteta e hoje vive da Internet, gerenciando e organizando o conteúdo do site Banheiro Feminino, um dos mais famosos da Internet brasileira.
“O site surgiu em 96, como um hobby. Em vez de escrever um livro, escolhi a rede como o melhor meio para registrar as minhas idéias. Sempre fiz tudo sozinha, desde a programação até design e redação. Mas agora tenho duas pessoas para me ajudar.” Andrea recebe mais de 350 e-mails por dia, quase todos de mulheres. (Giedre Moura)


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