02/12/2003
O que a metrópole sepultou, mas explica, atormenta e até encanta o paulistano
da Equipe de Trainees
A cidade que comemora 450 anos em janeiro é a mesma que já se enterrou várias vezes, inteira e aos pedaços. Que convive com o paradoxo de um passado invisível, mas presente no cotidiano, nos caminhos e atropelos.
No trânsito caótico, que prescindiu do charme dos bondes; no desperdício de milhares de quilômetros de rios e riachos, que transfigurou as margens plácidas do Ipiranga; em um ainda incipiente sentido de preservação, que há séculos derruba prédios e suas histórias.
Uma autofagia urbana, sustentada pela necessidade do novo, tão intensa que acabou incorporada à própria identidade paulistana. Não será surpresa se o que se vê hoje estiver sepultado no próximo cinquentenário.
Jazer, no entanto, longe de se restringir à morte, compreende a idéia de morar, habitar --viver. Sobram histórias desta São Paulo, nos livros e nos testemunhos. Cidade que não deixa esquecer. Que expõe marcas de seus vários tempos, aquelas que por vezes apontam soluções.
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