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Novo em Folha 40ª turma
14/02/2006

Nascimento e morte de uma igreja

DA EQUIPE DE TREINAMENTO

André Porto/Folha Imagem
Pastor Siegmund Beulke na garagem em que funcionou, por um ano, a igreja que fundou
Pastor Siegmund Beulke na garagem em que funcionou, por um ano, a igreja que fundou
Abrir uma igreja é fácil, o problema é mantê-la. O contador Siegmund Beulke, 49, que o diga. Evangélico há seis anos (até os 43, era espírita), tentou, sem sucesso, emplacar o próprio templo no ano passado.

Escolheu o local --a garagem de sua casa, em Jundiaí (60 km de São Paulo)-- e o nome: Igreja Evangelho de Jesus.

Antes do empreendimento, decidiu se preparar. Pesquisou na internet e encomendou o "Curso de Formação de Pastor", do SBTe, e alguns livros de teologia.

Depois que enviou à instituição as respostas ao questionário, recebeu o seu diploma e a sua carteirinha de pastor. Então, abandonou a Igreja do Evangelho Quadrangular, que freqüentava até então, e dedicou-se ao próprio templo.

Começou a pregar para cerca de 20 pessoas, na maior parte, moradores da vizinhança. Alguns meses depois, o número de fiéis aumentou: 30 freqüentavam assiduamente os cultos na garagem. Espaço não faltava, já que o local poderia comportar até 60 pessoas.

Em dez meses, entretanto, a igreja que parecia prosperar teve que ser fechada. Sobre o porquê, Beulke tem hipóteses. Primeiro, acha que, ao passar a pregar que o sábado deveria ser o dia sagrado (como acreditam os adventistas), alguns fiéis se assustaram. Por isso, especula, nos últimos cultos, só havia oito presentes.

Com pouca gente, manter a igreja ficou difícil: "Como eu não condicionava a entrada do fiel ao pagamento do dízimo, quase ninguém pagava. Mas é caro ter uma igreja, e, sem contribuições, a coisa não anda."

Beulke resolveu, então, que o melhor a fazer era abandonar o projeto. Hoje, procura uma casa menor para morar. "Com o fim da igreja, não vale a pena ficar numa residência grande como essa." Também avalia que pode ter se precipitado ao fundar o templo.

Apesar disso, não se arrepende. Diz que o tempo em que pregou ali serviu para que descobrisse que sua interpretação da Bíblia era semelhante à dos adventistas. Por isso, decidiu batizar-se na "Igreja Adventista do Sétimo Dia" e já planeja ser pastor na nova religião. Até prestou o último vestibular para teologia na Universidade Adventista de São Paulo. O curso dura quatro anos, é reconhecido pelo MEC e exigido para quem quer assumir o posto. Enquanto aguarda o resultado, avalia: "Agora vou realmente aprender teologia, já que o curso de formação de pastor que fiz por correspondência só me ensinou a administrar uma igreja."
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