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Novo em Folha 46ª turma
11/12/2008

Nos anos 70, regra era ensinar só até o golpe militar

DA EDITORIA DE TREINAMENTO

Levantamento realizado pela Folha mostra que os livros didáticos utilizados no período de vigência do AI-5 (1968 - 1978) ignoravam o ato ou o retratavam de forma distorcida.

Um exemplo é o segundo volume do livro "Ensino Moderno de História do Brasil", de L. G. Motta Carvalho, editado na década de 70. "O Brasil se encaminha para uma situação política estável, dentro do espírito democrático de nosso povo e indispensável ao nosso progresso econômico e cultural", descreve o livro.

Os órgãos federais corroboravam essa deficiência. De acordo com a professora Maria do Carmo Martins, da Faculdade de Educação da Unicamp, o MEC não recomendava o estudo sobre o AI-5. O Conselho Federal de Educação, extinto na década de 90, determinou, em 1971, que o ensino fosse até o golpe de 1964.

"Se houvesse menção às formas administrativas do Estado sem fazer nenhuma crítica ao AI-5, possivelmente o livro entrava na proposta curricular das disciplinas educação moral e cívica e organização social e política brasileira". Essas matérias forneciam aos alunos noções de cidadania de acordo com as orientações do governo.

O livro "Brasil - Uma História Dinâmica", de Ilmar Rohloff de Mattos, Ella Grinsztein Dottori e José Luiz Werneck da Silva, de 1972, tratava os atos institucionais como "a garantia da segurança nacional, ameaçada pelas forças subversivas".

Segundo o professor da PUC-SP Kazumi Munakata, ainda que houvesse recomendação do governo para um ensino de caráter mais instrumental e menos analítico, livros progressistas conviviam nas livrarias com os afinados com a ditadura.

Mesmo assim, em 1979, período de abertura do regime, o livro "História Fundamental do Brasil", para a 6ª série, ainda não citava o AI-5. Os autores, Lage e Moraes, fazem referência a Castello Branco (1964-1967) e Geisel (1974-1979), pulando Costa e Silva e Medici.

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