Residência terapêutica é primeira casa de Cida
PEDRO ANDRADA
da Editoria de Treinamento
Pela primeira vez em seus 62 anos, Aparecida Gonçalves de Oliveira, a Cida, tem uma casa. Foi uma vida toda circulando entre orfanatos e hospitais de São Paulo.
Rafael Hupsel/Folha Imagem |
A paciente Aparecida Gonçalves de Oliveira, 61, na Residência Terapêutica de Pirituba |
Cida e mais sete mulheres moram em uma das 19 residências terapêuticas da cidade, serviço do governo em que casas comuns são destinadas a quem esteve por muito tempo em hospitais. Cida passou 29 anos no antigo manicômio Pinel. Saiu de lá em 2008 e se mudou para a casa do bairro Pirituba.
Ela se nega a falar do passado e prefere contar da sua vida atual e das idas ao bairro da Lapa, onde compra "roupas, almoço e botas".
No meio dos relatos de Cida, uma de suas colegas, Tatiane Goes, 29, interrompe a conversa para dizer que nunca conheceu seu pai, mãe e irmãos. Segundos depois, Tatiane se consola. "Mas a minha família é essa", diz, apontando para suas companheiras de casa.