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25/10/2007

JORNALISMO CONTRA O BESTEIROL

da Folha de S.Paulo

este texto foi publicado pela Folha de S.Paulo e é protegido por copyright

Governador é contestado por estatísticas
DA SUCURSAL DO RIO

A afirmação de que a Rocinha tem padrões africanos de fecundidade, feita pelo governador Sérgio Cabral Filho ao associar "fertilidade" e violência, não encontra respaldo nas estatísticas oficiais.
Um estudo feito pelos demógrafos José Eustáquio Diniz Alves (da Escola Nacional de Ciências Estatísticas, do IBGE) e Suzana Cavenaghi (do Núcleo de Estudos de População da Unicamp), com base no Censo 2000 do IBGE, mostra que o número médio de filhos por mulher em favelas cariocas é de 2,6, enquanto no resto da cidade é de 1,7.
As taxas de fecundidade do Gabão ou de Zâmbia, de acordo com a ONU, são mais do que o dobro: 5,4 e 6,1, respectivamente. O estudo também conclui que o que faz diferença na taxa de fertilidade é a escolaridade.
Eles provam isso com a taxa de fecundidade entre mulheres que têm mais de oito anos de estudo, que é a mesma tanto nas favelas quanto no restante da cidade: 1,6 filhos por mulher.
"Justificar as injustiças sociais e a violência usando o álibi dos diferenciais de fecundidade é ignorar o fato de que os problemas com filhos jovens e adolescentes ocorrem independemente do tamanho das famílias", dizem os pesquisadores.
Outra comparação que contesta Cabral é a das taxas de fecundidade e mortes violentas de jovens do Rio e do Maranhão. Em 2000, a fecundidade no Maranhão era de 3,2 filhos por mulher, ante 2,1 da verificada no Rio. O Rio, no entanto, é líder do ranking de mortes violentes entre homens jovens e o Maranhão ocupa a penúltima posição. (ANTÔNIO GOIS)

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