Turismo

Buenos Aires - Casas de tango

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Artistas se apresentam no Caminito, nome de rua que virou tango tradicional argentino

ROBERTO ALVES
especial para a Folha Online*

É quase impossível passar por Buenos Aires sem ter contato com o tango. Não que, andando pela Calle Florida, por exemplo, o visitante vá esbarrar em um casal dançando apaixonadamente _embora, no bairro portuário da Boca, ocorram apresentações constantes em via pública, como no Caminito. Mas apresentações do estilo musical, tradicional no país, são famosas entre os turistas e fazem parte da maioria dos pacotes de agências de viagem.

Há uma infinidade de casas de shows na cidade, voltadas principalmente para os estrangeiros. Os estilos variam bastante. A maior é a Senõr Tango. Nas mesas, é possível ver visitantes do Japão, Chile, Estados Unidos, Alemanha e, claro, Brasil.

Os funcionários da casa aproveitam essa diversidade. A começar pela prima-dona do tango local e proprietário da casa, Fernando Solera. Ele faz questão de cumprimentar os visitantes e cantar trechos de músicas em todas as línguas, com direito até a piadinhas entre as apresentações. São apresentadas quase todas as músicas mais manjadas do público, como "La Cumparsita" (executada pelos músicos veteranos da casa) e "Por una cabeza", tema do filme "Perfume de Mulher".

Solera é uma espécie de Cauby Peixoto dos argentinos. Sua aparência já não é tão jovial quanto em suas fotos promocionais, mas o estilo exagerado de cantar permanece intacto e faz suspirarem as senhoras que ficam na fila do gargarejo.

O cantor pede ao público que escolha o que quer ouvir, mas as sugestões não fogem muito dos famosos "El dia que me quieras", "Caminito" e "Mi Buenos Aires querido". Também há espaço para apresentações do que eles chamam de "tango moderno", com dançarinos jovens, muita fumaça e sons e roupas de gosto duvidoso. Um "Crazy Horse" menos exibicionista.

A casa tem ainda uma homenagem a Carlos Gardel, o maior cantor de tango de todos os tempos, que tem sua imagem pintada em uma das paredes.

O gran-finale: alguns convidados, principalmente aniversariantes, são chamados a subir ao palco e tirar dançarinas e dançarinos para um tango, sob aplausos. Lembra dos gringos sacolejando com as mulatas do Sargentelli? É quase a mesma coisa. Não recomendado para tímidos. Melhor colocar a cabeça por um painel que retrata um casal dançando, no Caminito, e tentar esconder o sorriso amarelo.

Menos badalado e mais acanhado, porém o mais tradicional, o El Viejo Almacén, que fica no bairro de San Telmo, permite que o público fique mais próximo do palco e acompanhe de perto os movimentos da dança. O destaque é um casal, mais maduro, que já dançou na Broadway. O dançarino consegue fazer a parceira, literalmente, voar pela pista. Quem está nas mesas até sente o ventinho causado pelos jogos de pernas e tem a impressão de que será "alvejado" pela ponta da sapatilha da dançarina.

O clima do local é muito mais romântico e menos hollywoodiano que a casa de Solera. Outro destaque são os cantores da velha guarda, que fazem os casais ficarem mais juntinhos.

Existe uma terceira casa, chamada La Ventana, que, além do tango, traz show de danças típicas argentinas. Reze, porém, para pegar um lugar próximo ao palco, pois algumas mesas ficam bem distantes. Torcicolo quase certo, mas vale a pena.

(*) Roberto Alves é jornalista e adora o tango de Buenos Aires

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