Chapada Diamantina - Trekking na Chapada

Janaina Fidalgo/Folha Imagem

Braço de pedra usado para ver a cachoeira da Fumaça por cima

da Folha Online

Ânimo, preparo físico e predisposição para aventura são os pré-requisistos para encarar bem a trilha Lençóis/Caeté-Açu/Andaraí. São 90 km percorridos em sete dias de caminhada.

Por quase três dias, o trilheiro fica sem contato com a civilização e seus recursos, mas a natureza recompensa a falta de conforto da melhor maneira: banhos de cachoeira, camping ao ar livre e uma visão completamente limpa do céu e das serras da Chapada. Neste trecho, estão as cachoeiras do Palmital, da Capivara e a famosa Fumaça, com 340 metros de queda.

No final do terceiro dia caminha-se pelo vale do Capão até Caeté-Açu, um município pequenino com cara de vilarejo. Lá, dorme-se em pousadinhas simples e come-se fartamente em casas como a de Deli ou belisca-se o delicioso e diferente pastel de palmito de jaca.

Nos quatro dias restantes, quando se conhece o Gerais do Vieira e o vale do Paty, a trilha mescla a solidão dos caminhos percorridos ao agradável contato com as famílias do escondido Paty.

O isolamento de seus moradores lembra a vida na Macondo de Gabriel García Márquez [“Cem Anos de Solidão”]. Para quem vem de fora, qualquer ação, por menor que seja, parece improvável e difícil. Sem estrada, tudo entra e sai nos lombos dos burros --de alimentos a objetos domésticos.

E não há jeito melhor de assimilar o estilo de vida no Paty que se hospedando na casa de seus moradores. A do casal Maria e Wilson é a primeira parada. Com o corpo exaurido após sucessivas subidas e descidas, o banho, mesmo que frio, vem a calhar. Para restaurar as energias, um banquete caseiro --simples, farto e saboroso-- é servido aos visitantes. A casa do acordeonista Eduardo é a próxima parada da trilha, que termina em Andaraí.

Quem leva: João Baptista: 0/xx/75/ 334-1221; site: www.guiajoao.hpg.com.br .