Jericoacora
Divulgação
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Vista de dunas em Jericoacora, no Ceará |
MARILIZ PEREIRA JORGE
da Revista da Folha
No milésimo sacolejo, você pode até pensar "por que não peguei um avião e desci em um resort qualquer? Praia é tudo igual". Não no caso de Jericoacoara.
A cerca de oito horas de ônibus de Fortaleza, Jeri é daqueles lugares em que você acaba agradecendo o acesso difícil, as ruas de areia, a falta de estrutura, as pousadas sem piscina e, até dias atrás, a inexistência de telefone. Tem praias sem ondas, com água quente e cristalina, dunas brancas, sol e uma tranquilidade de dar preguiça.
Nos meses de verão, essa "lerdeza" do vilarejo desaparece um pouco por causa dos turistas. No Réveillon, por exemplo, não vai dar para driblar a multidão que se reúne na duna em frente à praia para ver o pôr-do-sol -com direito, acredite, a aplausos quando o Sol "mergulha" na água.
Durante o dia, o melhor de Jeri está fora da vila. Alugue um bugue (procure o "Neguinho", ele conhece tudo) por R$ 150 para quatro pessoas. A primeira parada é uma praia de pescadores pouco especial, mas vazia. Mais adiante fica Barrinha, sensacional, onde os bugueiros quase não vão e não há turistas.
O melhor está por vir: a lagoa Azul. E é realmente azul. Areia fina, água doce e transparente, meia dúzia de guarda-sóis de buriti (palha de árvore do Nordeste). Se der, passe o dia ali entre uma água de coco e um mergulho.
Um pouco adiante vem a lagoa do Paraíso. A água também é doce e transparente, mas é verde. A pousada Loran, na beira da lagoa, oferece guarda-sóis, camas, cadeiras e redes. Tudo com cara de Taiti, inclusive a cor da água.
À noite, entregue-se ao forró, o único da vila, que dá nome à rua onde fica. Todo mundo vai, e a maioria deixa o chinelo na entrada do clube, que é a céu aberto. A alternativa é o reggae do Mama África.
O que surpreende em Jeri é a qualidade da comida. Come-se bem e de tudo. Mas não perca os crepes do Naturalmente, que fica em frente à praia. Com sorte, dá para ver a lua morrer no mar ao som de jazz da melhor qualidade.
O peixe com molho verde do Espaço Aberto é daquelas surpresas que ficam na memória. Assim como os doces e salgados da Maria Tereza Bragança, que caem muito bem no fim de um dia de praia. Mas inesquecível mesmo é o sorvete romeu-e-julieta da rua Principal. Tem pedaços de queijo e goiabada que derretem na boca.
Cansado da vida boa? Faça uma massagem com a Bia, na rua do Forró. Dura uma hora e meia, deixa a gente meio atordoado, mas com a certeza de que esteve no paraíso. Ou muito perto dele.
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